sexta-feira, janeiro 30, 2009

RDPi em DRM...


Com algum "alarido" em alguns meios de comunicação social, e como já foi noticiado aqui no blog, a RDPi já realiza emissões experimentais em modo digital DRM, aproveitando-se do acordo celebrado entre o Estado Português e a ProFunk GmbH, que detém o centro emissor de Sines da DW. A primeira emissão foi nesta manhã, entre as 09h30 e as 1100, nos 9815 kHz.


Todavia, nunca será demais recordar que tais emissões "não terão qualquer interesse" para a esmagadora maioria dos potenciais ouvintes... porque, pura e simplesmente, o mercado de receptores e tão escasso (e caro) que o número de ouvintes de emissões, a nível internacional, será pouco acima do nulo.

As emissoras internacionais apostaram no DRM, e por vezes com demasiada "força"... quando os ouvintes não acompanham essas emissões, dada a dificuldade técnica em usufruir de tal tecnologia.

Por outras palavras, as emissoras internacionais que continuam a emitir em DRM fazem-no "em vão", que ninguém as ouve.

Por umas dezenas ou centenas de euros é fácil encontrar um rádio com Onda Curta,
é um mercado onde, ao longo de décadas, se foram lançando milhares (se não milhões) de receptores, desde o mais básico transístor a pilhas ao receptor de comunicações, desde a velha "telefonia" a válvulas aos modernos receptores equipados com circuitos integrados.

Agora... encontrar um receptor DRM? Tarefa difícil, que existe uma "meia-dúzia" de receptores a um preço proibitivo, para além de o grande público desconhecer por completo esta "modernice... O mais que podem ouvir é a irritante "turbina" audível num receptor analógico quando sintoniza uma emissão digital.

Para os mais curiosos, sugiro que visitem páginas como a http://www.drmrx.org/receiver_mods.html, mas também http://www.drmradio.co.uk/html/drm_receivers.html , também a página http://www.wohnort.demon.co.uk/DAB/rxdrm.html , ou mesmo o sítio http://www.winradio.com/home/drm.htm .

Rapidamente o comum do ouvinte, ao aceder a estas páginas sente-se desencorajado para receber emissões DRM... As possibilidades para captar emissões digitais serão:

1) Modificar um receptor existente (se possível): tarefa que exige bons conhecimentos de electrónica... e um computador com "software" para descodificar DRM.

2) Comprar um receptor para computador: funciona através de um "software" que controla o receptor, semelhante ao primeiro caso... algo que alguns utilizadores não gostarão e/ou sentirão dificuldades ao instalar/utilizar.

3) Receptores de mesa e portáteis: raros e caros...

Em qualquer dos casos, tais opções não serão viáveis para a esmagadora maioria dos ouvintes, pelas razões apontadas: elevada dificuldade de aquisição e preço.


Para as emissoras, o DRM tem uma vantagem clara: podem assegurar a emissão com menos potência nos emissores, logo há vantagem económica no DRM... apesar da contrapartida de, claro, terem audiência praticamente nula.

Como se não bastasse, o "DRM" também tem inconvenientes: quando a ionosfera não perdoa e o sinal decresce de intensidade, o receptor fica "mudo". É a conhecida máxima da era digital, "tudo ou nada". Numa emissão analógica, se houver desvanecimento, pode haver dificuldade de integibilidade, mas ainda se acompanha a emissão. No digital, ou há sinal suficiente para ser descodificado pelo receptor... ou pura e simplesmente deixa de haver recepção...

Considerando o cenário internacional da DRM, é caso para afirmar que, não obstante o interesse técnico das emissões, se o Gabinete de Intercâmbio da RDP receber meia-dúzia de pedidos de QSL relativos a emissões DRM, vai com uma tremenda sorte!

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