sábado, maio 20, 2017

"Radio Caroline" galha licença para emitir legalmente em Onda Média!

Quanto tempo pode uma estação esperar até conseguir ganhar, num concurso público, uma licença de rádio? No Reino Unido, 53 anos. Refiro-me à "Radio Caroline".

Para quem eventualmente nunca tenha ouvido falar desta mítica estação, a "Radio Caroline" arrancou clandestinamente em 1964, transmitindo em Onda Média a partir de um emissor instalado num barco (MV Mi Amigo). Numa era em que a oferta radiofónica no Reino Unido era limitada à BBC e a escassas estações privadas, a Radio Caroline consistia numa rádio rock orientada para os jovens da época, que não se reviam na escassa oferta de música rock na rádio pública britânica.

Não sendo uma rádio "pirata" (no sentido em que tecnicamente operava em águas territoriais internacionais, pelo que, por si só, as autoridades britânicas não tinham jurisdição para a silenciar), A estação teve de encerrar em 1968, quando o barco foi apreendido e levado para Amsterdão.

Depois de vários anos de peripécias (para quem domina o inglês, aconselho a leitura da história da estação), a "Radio Caroline" passou a emitir via satélite e, mais tarde, via Internet. Não obstante, a estação chegou a emitir pontualmente em FM ou em DAB, através de licenças temporárias da OFCOM (o equivalente da ANACOM e da ERC no Reino Unido).

Se a legalização era uma velha ambição da rádio, eis que. no mês de Maio de 2017, a Radio Caroline conseguiu uma licença da OFCOM, para operar em Onda Média. Ainda não se conhecem pormenores técnicos como a frequência ou a potência, todavia sabe-se que o emissor - que, fazendo jus à tradição, deverá operar a partir de um barco - servirá a região de Suffolk, bem como algumas zonas da região de North Essex. Sim, 53 depois, a Radio Caroline pode ter o privilégio de emitir de forma completamente regularizada, dentro das normas legais em vigor por terras de Sua Majestade.

Numa frase: uma excelente notícia para os ouvintes e para os entusiastas da rádio em Onda Média. A Onda Média está morta? Ainda não, felizmente!

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