sábado, setembro 30, 2017

A rádio por via hertziana está viva e recomenda-se - e a FCC até defende que a Apple devia activar o rádio FM nos iPhones

Na era da emergência de novos paradigmas de comunicação, onde o consumo de música e a escuta online de rádio nos smarphones e outros dispositivos se revela uma tendência crescente, os fabricantes tendem a ignorar as tecnologias mais antigas de comunicação, nomeadamente a rádio via FM.

Quando muitos fabricantes "esquecem" a opção de escuta de rádio FM nos smartphones, eis que, nos Estados Unidos, país onde, nos últimos tempos, várias regiões têm sido fustigadas por furacões, a FCC (órgão regulador congénere da ANACOM portuguesa), tem defendido a activação do rádio FM nos iPhones.

Com efeito, quando as redes móveis falham, quando não há Internet, quando outros serviços de comunicações ficam comprometidos, a rádio, que pode só depender dela própria assim tenha emissores operacionais durante um desastre natural, pode transmitir informações importantes para a segurança das populações afectadas, desde que estas tenham um receptor. Ainda que a Apple já tenha afirmado que as últimas versões do iPhone, que, como sabemos, já nem sequer têm entrada de 3,5 mm para os auscultadores, não disponham de hardware que permita a recepção de rádio, este pode ser um precedente para outros fabricantes que, não obstante utilizarem hardware compatível com a recepção de rádio, não activarem tal funcionalidade. Na verdade, em certos modelos, chega-se à situação de se conseguir colocar rádio FM utilizando uma aplicação externa, como o "Spirit2".

Na minha óptica, uma pessoa que compra um aparelho devia ter o direito de explorar todas as potencialidades do hardware, sobretudo quando este utiliza um sistema operativo tão vertátil quanto o Android. Incluindo a recepção de rádio FM, quando o equipamento dispõe de um chip adequado para o efeito. Até porque há situações onde o acesso à rádio online pode ser difícil (por exemplo, em situações de sinal fraco da rede 3G/4G), pode ser caro ou até pode estar comprometido por avaria ou dano grave nas estruturas que suportam as redes móveis. Com maior alcance geográfico e sendo um serviço completamente gratuito, a rádio por via hertziana é, indubitavelmente, a melhor alternativa de acesso à informação em situações catastróficas - e, por cá em Portugal, a tragédia relativamente recente em Pedrógão Grande foi, claramente, um bom exemplo de episódio em que a rádio prestou um verdadeiro serviço público às populações afectadas.

Antena 1 no dia 1 de Outubro: como não prestar um serviço público de rádio

Há decisões incompreensíveis para quem defende um modelo de verdadeiro serviço público de rádio. Sendo certo que amanhã, dia 1 de Outubro, é dia de Eleições Autárquicas, razão para que a Antena 1, o principal canal do serviço público de rádio efectue - e bem! - uma emissão especial destinada a cobrir a noite eleitoral, há outras opções do serviço público que são, simplesmente lamentáveis.

Encontrando-se a emissão FM da Antena 1 preenchida com a cobertura das eleições, na mesma noite em que ocorrem jogos de futebol importantes (Porto vs Sporting e Benfica vs  Marítimo), a rádio pública decidiu colocar a tarde desportiva na Onda Média da Antena 1, na RDP África e numa emissão online.

Ironia: tendo em conta a política de lenta destruição da Onda Média levada a cabo pela RTP, que quando tem problemas técnicos graves desliga de vez os emissores, chega-se à caricata situação em que um adepto portista que more na Cidade Invicta não possa ouvir na Antena 1 (a não ser através da Internet) o jogo frente ao clube leonino, simplesmente porque já não existe um emissor de Onda Média que cubra eficientemente o Grande Porto e a maior parte da região Norte. Da mesma forma, um ouvinte de Faro também não consegue sintonizar a emissão OM da Antena 1. Felizmente que, neste último caso, ainda tem a RDP África nos 99,1 MHz. Todavia, um ouvinte de Portimão terá dificuldade em escutar condignamente a tarde desportiva. Para nem falar de outras regiões do país onde a recepção da Antena 1 via Onda Média é notoriamente fraca, até nula (por exemplo, no arquipélago da Madeira).

Visto que o serviço público aposta no desporto, ainda que tenha de cobrir uma actualidade política importante para o futuro de cada concelho, de cada freguesia do país, esperava-se que, concorde-se ou não com o futebol na rádio, o concessionário desse serviço público garantisse a cobertura universal do território dos eventos desportivos importantes , utilizando uma verdadeira rede nacional de emissores para assegurar as emissões. Qual ovo de Colombo, a solução está na "prata da casa": com três rádios nacionais, não se percebe por que razão a RTP não utiliza esporadicamente a Antena 3 para transmitir programas desportivos de interesse nacional ou a cobertura de outros eventos que se justifiquem, quando a Antena 1 tem de cobrir outro evento ou questão de interesse nacional mais importante. Tanto mais que a Antena 3 nem tem nenhum programa importante que justificasse a sua difusão no período horário em causa. Na prática, e de forma implícita, esta atitude da RTP está a discriminar os ouvintes em função da geografia, passando a mensagem: «Mora em Lisboa, em Évora, em Coimbra? Ouça a tarde desportiva na Onda Média. Mora no Porto? Ouça na Internet se quiser, ou escute o relato noutra rádio». Como diria uma das míticas personagens imortalizadas pelo Herman José, "não havia necessidade".

quinta-feira, setembro 28, 2017

Nova rádio temporária em Lisboa: Rádio Silêncio (99,0 MHz)

Na sequência da realização do "Festival Silêncio", que decorre no Cais do Sodré, em Lisboa, de hoje (dia 28) até ao próximo domingo, dia 1 de Outubro, a organização do evento lançou uma rádio temporária para cobrir o evento. Tendo o apoio da Antena 3, a Rádio Silêncio emite nos 99,0 MHz até ao próximo domingo, para um raio estimado de 5 km de cobertura radioeléctrica.

terça-feira, setembro 12, 2017

TSF tem novo editor das manhãs: Fernando Alves

Um dos grandes nomes da rádio vai liderar as manhãs noticiosas da TSF: Fernando Alves, um dos fundadores da estação, vai, a partir do próximo dia 18 (segunda-feira), ocupar o cargo de editor das manhãs da TSF (das 8 às 10 horas, de segunda a sexta-feira).

De referir que a TSF prepara-se também para realizar, durante duas semanas, emissões especiais a partir de 10 mercados municipais de vários concelhos da Grande Lisboa e do Grande Porto. Sem dúvida, uma boa iniciativa em vésperas de eleições autárquicas, que permite aproximar as populações  locais da rádio, dando voz às suas preocupações e aspirações a respeito do futuro da sua terra. É pena que se limite às duas principais regiões do país, ignorando a realidade de quem vive em Bragança ou, quiçá, em Proença-a-Nova, por exemplo. Para quem tem, do ponto de vista oficial, uma rede de emissores dita "regional", soa a pouco.

sexta-feira, setembro 08, 2017

Antena 2 reforça cobertura radioeléctrica na ilha da Madeira (Pico do Areeiro - 88,4 MHz)

A Antena 2 da RTP conta agora, na ilha da Madeira, com um reforço de peso. Com efeito, a RDP Madeira instalou recentemente um novo emissor da Antena 2 no Pico do Areeiro, a operar nos 88,4 MHz. Deste modo, o principal centro emissor da rádio pública na ilha, que serve grande parte da região e até se escuta na ilha de Porto Santo, passa a irradiar as 3 rádios públicas nacionais.

Era, sem dúvida, uma velha aspiração dos ouvintes da Antena 2 que se encontram no arquipélago, porquanto a cobertura da rádio clássica da RTP estava condicionada pelo número relativamente reduzido de emissores, dificultando ou até inviabilizando a sua recepção em vários pontos da ilha. Com a entrada em funcionamento do emissor mais potente na ilha, espera-se que as condições de escuta da estação tenham melhorado significativamente.