domingo, maio 24, 2020

Rádio Aktiv: a liberdade de se atravessar fronteiras através das ondas de rádio

A edição deste sábado do "Diário de Notícias" inclui um artigo muito interessante, publicado originalmente num site de notícias luxemburguês feito para a comunidade portuguesa e lusófona do Grão-ducado, que fala da Rádio Aktiv, uma pequena estação comunitária, com um raio de cobertura radioeléctrica de cinco quilómetros, que serve as localidades de Echternach (no Luxemburgo) e Echternacher bruck (na Alemanha). Duas terras raianas separadas por uma ponte internacional que, de repente e mercê da pandemia, viram a fronteira ser fechada.

Se as populações se viram isoladas por pelo menos dois meses, num cenário que, salvo as devidas diferenças, faz lembrar uma espécie de "Muro de Berlim sem muro", a Rádio Aktiv continuou a servir os dois países. E como o Luxemburgo tem uma comunidade portuguesa assinalável, a rádio não é feita apenas por luxemburgueses, como tem igualmente portugueses a apresentar programas na língua de Camões, de Fernando Pessoa, de Machado de Assis, entre outros.

As fronteiras podem ser repostas, as pessoas podem ser proibidas de sair de casa, todavia, as ondas electromagnéticas não querem saber de saúde pública, de política ou de outros assuntos humanos; não importa se as pessoas não se podem encontrar umas com as outras, de um ou de outro lado da ponte; a rádio faz chegar a voz do locutor a todas. A fugir de tantas interdições, a "revolução" radiofónica fazia-se com músicas como "Freedom", de George Michael, "I Fought the Law", dos The Clash, ou, pasme-se o leitor,  "Grândola, Vila Morena", de José Afonso. Vale a pena ler o artigo completo.

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