quarta-feira, junho 17, 2020

"Regresso ao Futuro": Rádio Comercial e RFM passam apenas música portuguesa na próxima sexta-feira (dia 19 de Junho)

Antecedendo o festival "Regresso ao Futuro", evento que decorrerá em várias zonas do país onde se realizarão concertos de artistas portugueses e que se destina a apoiar os artistas que ficaram sem rendimento por causa da pandemia, a Rádio Comercial passará exclusivamente música portuguesa entre as 7 horas e a meia-noite da próxima sexta-feira, dia 19 de Junho. A rival RFM vai mais longe: na próxima sexta, a rádio das "grandes músicas" tocará igualmente apenas músicas portuguesas mas durante 24 horas, da meia-noite de sexta à meia-noite de sábado.

Uma excelente iniciativa por parte das duas rádios. Será pedir demais que as duas rádios saibam apresentar playlists variadas, não concentradas unicamente nos artistas dos "tops" e "das músicas que se ouvem em todo o lado". A música portuguesa não é só Xutos, Diogo Piçarra, Bárbara Tinoco, Bárbara Bandeira, João Pedro Pais, Anjos e pouco mais. O meu repto aos senhores da Rádio Comercial e da RFM: e que tal, por um dia, ouvir-se na Comercial e na RFM, artistas e bandas como os Cassete Pirata, Filipe Sambado, Linda Martini, Márcia, Lena D' Agua, Capitão Fausto (não apenas um ou dois temas mais conhecidos), além de alguns temas mais antigos dos Clã (a par de um ou dois do novo disco), entre outros exemplos? A música portuguesa não é feita somente de músicas tocadas até à exaustão nas rádios.

terça-feira, junho 02, 2020

Rádio Comercial na Madeira e nos Açores: para quando?

Na antevisão do espectáculo "Deixem o Pimba em Paz", que foi transmitido pela Rádio Comercial, o director da estação, Pedro Ribeiro, disse que não deixaria de aproveitar a presença do Primeiro-Ministro para lhe transmitir a frustração por parte do operador derivada da falta de cobertura radioeléctrica (no FM) da emissora nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, que não terá sido até agora autorizado a estender a rede de emissores às ilhas.

Esta é uma questão antiga mas que merece ser abordada neste blogue. Durante muitos anos, as únicas rádios ditas nacionais que se escutavam nos arquipélagos eram as rádios públicas (e mesmo assim a Antena 3 só chegou ao FM açoriano há dez anos). Poucos meses depois, foi a vez da Rádio Renascença e da RFM "ganharem" um emissor na ilha de São Miguel e outro na ilha da Madeira.

Entretanto, a Rádio Comercial continua a ser uma "rádio nacional excepto Madeira e Açores" em vez de ser uma estação nacional sem aspas, sem asteriscos. Literalmente nacional de Norte a Sul do continente e nas regiões autónomas. O precedente foi aberto: a Rádio Renascença e a RFM são rádios nacionais detidas por um grupo privado (com interesses religiosos mas não deixa de constituir um operador radiofónico com duas rádios nacionais e algumas locais (alguns emissores da Rádio Sim e da Mega Hits)), autorizadas a emitir nos arquipélagos.

Não está em causa o gosto pessoal de cada um, se gostamos muito ou gostamos pouco da estação da MCR; aos olhos da lei todos os operadores radiofónicos privados com cobertura nacional devem estar em igualdade de circunstâncias. Se existem obstáculos legais à colocação de emissores da Rádio Comercial na Madeira e nos Açores então que o governo e a ANACOM queiram desbloquear esta situação. Não me parece tecnicamente inviável encontrar uma frequência livre no Pico da Barrosa (ilha de São Miguel) e outra na ilha da Madeira, no mínimo. A solução mais razoável seria um emissor na ilha de São Miguel, que servisse o grupo Oriental dos Açores, um emissor na ilha Terceira que chegasse a várias zonas do Grupo Central e um emissor na ilha da Madeira que cobrisse grande parte da ilha. Senhor Primeiro-Ministro, senhoras e senhores governantes, senhoras e senhores da ANACOM, queiram mostrar aos açorianos e madeirenses que as populações insulares têm tanto direito ao acesso às rádios de cobertura nacional quanto as continentais. Portugal é Portugal, incluindo as ilhas!