Confirma-se o que já se temia há algum tempo: a "Europe 1", estação de rádio privada francesa cujo centro emissor de Onda Longa (183 kHz) em Felsberg-Berus se situa, curiosamente, na Alemanha, vai encerrar um dos últimos colossos da rádio nesta faixa de frequências. Assim, o sinal dos 183 kHz será, infelizmente, desligado no próximo dia 31. Assim, a estação vai passar a ser ouvida na França através da rede quase nacional em FM e das transmissões via satélite e Internet. A "Europe 1" deverá estar brevemente disponível também na rádio digital DAB+.
Depois do último bastião da Onda Longa da NRK norueguesa ter sido encerrado há pouco tempo, depois de se ver a Argélia e Marrocos desligarem os emissores OL, depois da Alemanha ter fechado de vez toda a rede OL e OM, depois da rádio pública francesa ter despromovido o histórico emissor de Allouis (162 kHz) a uma simples estação utilitária de transmissão do sinal horário, agora é a vez da Europe 1 seguir a política de "desligar a ficha" de um dos emissores de radiodifusão em modulação de amplitude na faixa de Onda Longa mais emblemáticos do Velho Continente; e assim, em tom de consternação, fecha-se, sem a glória de outros tempos, um capítulo na história da rádio na Europa...
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quarta-feira, dezembro 25, 2019
segunda-feira, novembro 16, 2015
Je suis Paris
A magia da rádio revela-se nos bons e nos maus momentos da História contemporânea.
Enquanto o mundo ficava a conhecer as primeiras notícias de um ataque armado em Paris, comecei, na noite do dia 13 de Novembro, a explorar a faixa de Onda Média, aproveitando os últimos dias da presença gaulesa nesta banda. A programação habitual da France Info, France Bleu e France Inter (esta última na Onda Longa, até 2016), foi substituída por emissões especiais de emergência, informando em tempo real as populações francesas a respeito dos últimos desenvolvimentos no maior atentado terrorista de sempre no país e seguramente um dos maiores, se não o maior, da Europa.
De modo semelhante, a estação privada Europe 1, que também opera na Onda Longa, realizou uma emissão especial, acompanhando a actualidade.
Há que reconhecer: os jornalistas foram incansáveis na prestação de informações essenciais para os ouvintes, prestando um verdadeiro serviço público numa hora muito difícil para a França. Com efeito, a rádio esteve presente num cenário de terror inimaginável, pelo que era fundamental tentar acalmar a população; o profissionalismo de quem se senta perto do microfone falou bem mais alto que as metralhadoras de execráveis fanáticos homens que se escudam na religião para destruir gratuitamente o dom da vida. Mesmo por cá, em Portugal, a comunicação social, nomeadamente a rádio, têm estado bem no acompanhamento da tragédia humana que se abateu na cidade-luz.
Pouco mais haverá a dizer que não se resuma à convicção de que o terrorismo não é solução para nenhum problema do mundo e só justifica a acérrima condenação da violência em nome de Deus. Aos defensores da aniquilação da vida humana em nome de uma entidade divina que decerto jamais consentiria com tal barbárie, limito-me a responder em três palavras: liberté, egalité e fraternité. Que a rádio jamais se cale perante tamanhas atrocidades que ameaçam o mundo tal como o conhecemos.
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