domingo, fevereiro 27, 2022

Heróis do éter na Ucrânia

Esta publicação tem como objectivo homenagear todos os professionais e todas as profissionais das rádios ucranianas que, no meio duma guerra, fazem os possíveis para manter as estações no ar por forma a informar as populações do que acontece no terreno. Homens e mulheres de coragem, que trabalham em condições inimagináveis para 99% dos jornalistas, animadores, técnicos e demais profissionais em Portugal e na maioria dos países do mundo. Verdadeiros heróis do éter! Força, Ucrânia! Slava Ukraini! Слава Україні!

sexta-feira, fevereiro 25, 2022

Rádios de vários países apostam em emissões especiais dirigidas à Ucrânia

 A Ucrânia está em guerra e algumas rádios com cobertura hertziana através da Onda Longa, Onda Média ou Onda Curta realizam agora emissões informativas a cobrir a actualidade do país invadido pela Rússia.

  • A SRR, operador da rádio pública da Roménia, país vizinho da Ucrânia, substituiu a "Antena Satelor" pela "Radio România Actualități" na Onda Longa (153 kHz), reforçando a cobertura radioeléctrica da estação generalista.
  • A britânica BBC tem agora duas emissões diárias em Onda Curta dirigidas à Ucrânia, das 20 h até às 22 h UTC nos 5875 kHz  e  das 14h às 16h UTC nos 15735 kHz. 
  • A rádio americana WRMI passou a emitir, na Onda Curta e todos os dias à excepção das sextas-feiras, o serviço em inglês da Rádio Ucrânia Internacional, das 12h00 às 12h30 UTC, na frequência de 5010 kHz
  • Na Itália, a NEXUS-International Broadcasting Association de Milan aumentou a potência do seu emissor de Onda Média (1323 kHz) e realiza, entre as 19h e as 23h CET, uma emissão dirigida ao país de Leste em confronto bélico.

Infelizmente, o continente europeu voltou a ter uma guerra - e não obstante o desinvestimento na Onda Curta e até na Onda Média e na Onda Longa por parte de muitos países, ainda há estações que se preocupam em usar os poucos meios de que dispõem para informar os ucranianos do que se passa no país - o que pode ser crucial se as forças ocupantes destruírem a rede eléctrica, as redes de telecomunicações, e um pequeno rádio a pilhas que tenha Onda Longa, Onda Média e Onda Curta seja a última ligação de muitos ucranianos ao mundo exterior.

Rádio pública da Polónia emite noticiários em ucraniano, inclusivamente na Onda Longa

A Polskie Radio (rádio pública polaca) anunciou que, devido à situação na Ucrânia, a Rádio 1 (a estação generalista equivalente à nossa Antena 1) passou a emitir noticiários na língua ucraniana.

Importa salientar que a emissão pode ser não só ouvida através da rede de emissores FM, mas também na Onda Longa (225 kHz), cujo emissor em Solec Kujawski/Kabat é audível em grande parte do território ucraniano.

A guerra é uma das principais razões pelas quais as rádios internacionais deviam reconsiderar uma aposta séria no reestabelecimento das emissões em Onda Curta direccionadas à Ucrânia, em ucraniano e russo. Afinal, se as tropas russas desligarem a rede eléctrica da Ucrânia e cortarem a Internet, os ucranianos poderiam ouvir notícias vindas de fontes mais credíveis do que as  submissas ao regime tirano de Vladimir Putin, bastando para tal terem um pequeno rádio portátil com Onda Curta e a pilhas. Como sempre digo, as ondas de rádio não conhecem fronteiras.

quinta-feira, fevereiro 24, 2022

A guerra ao vivo contada através das ondas de rádio

Hoje, dia 24 de Fevereiro de 2022, Portugal e o mundo ocidental acordaram com más notícias vindas da Ucrânia. Se os canais de televisão não têm poupado esforços no sentido de acompanhar em tempo real a invasão da Ucrânia pela Rússia, as rádios não têm ficado de fora da cobertura informativa.

A Antena 1 esteve, até depois das 17h, a realizar uma emissão especial. Também a TSF, a Rádio Observador e a RR têm acompanhado a situação na Ucrânia.

Fora de Portugal, a Rádio Nacional de Espanha, a Radio France Internationale, a BBC e muitas outras estações de outros países, sobretudo europeus, têm falado bastante do conflito.

A rádio é, definitivamente, o meio de comunicação social que mesmo nos  momentos mais complicados do mundo,  está sempre disponível para, sem precisar do aparato visual exigido pela televisão, falar, em tempo real, do que aconteceu, do que acontece e do que acontecerá. Da Segunda Guerra Mundial à guerra na Ucrânia provocada pelo déspota Vladimir Putin, o maior tirano expansionista das últimas décadas, a rádio não pára de deixar de informar o mundo do que sucede nos cenários de combate. E acrescento: os jornalistas que eu mais respeito, sem menosprezo pelos grandes profissionais que não saem do conforto das redacções, são aqueles que, trabalhando para a rádio e/ou para a televisão, arriscam a vida entre balas para relatar cada movimento, cada acção militar ou civil, em nome do direito à informação exigido pelos ouvintes e/ou telespectadores.

Homens e mulheres de coragem, com a mão no microfone para contar as histórias de quem ataca militares e, infelizmente, civis, e de quem  defende a sua vida como pode. Uma guerra é sempre triste e cruel.

domingo, fevereiro 13, 2022

13 de Fevereiro de 2022: Dia Mundial da Rádio

13 de Fevereiro é o Dia Mundial da Rádio; o dia da razão da existência do "Mundo da Rádio". Sim, porque a rádio é um mundo e o mundo é também a rádio. Se a rádio não tivesse sido inventada, a História do último século seria totalmente diferente. E o mais interessante? Tudo se resume a um dos sentidos, a audição.

Perguntar-me-ão qual o motivo da sobrevivência da rádio mesmo quando a tecnologia evolui rapidamente. Eu respondo que a capacidade de adaptação, que leva a rádio a modificar-se de modo a conseguir aproximar-se dos ouvintes, incluindo a própria mudança tecnológica, é a razão pela qual a rádio continua viva em 2022. Ao contrário da televisão, a rádio não precisa de caras larocas e, contrariamente à imprensa escrita, os ouvintes não precisam de concentrar a visão num texto.

Esta característica, que confere à rádio o título de meio de comunicação social por excelência para quem está ocupado a conduzir um veículo, a trabalhar numa secretária ou a realizar qualquer outra actividade que rouba a atenção visual, fez com que a rádio continue a ganhar ouvintes e a merecer a preferência de muitas pessoas numa era de emergência de novos paradigmas de comunicação. Certo é que nem a televisão matou a rádio, nem a Internet matou a rádio e estou certo que nenhuma outra tecnologia vai matar a rádio enquanto houver margem para a rádio se transformar para ir de encontro aos interesses dos ouvintes.

Como diz a Rádio Comercial, "em casa, no carro, em todo o lado" - e eu acrescento: a viajar, a trabalhar, a estudar, a relaxar ou a fazer qualquer outra coisa - nem que seja simplesmente rodar o botão do volume. A rádio é o meio de comunicação universal que pode funcionar em qualquer situação.

E se as gerações mais novas podem achar a rádio algo supérfluo, eu refuto pensando que, neste preciso momento em que escrevo este texto, há de haver alguém em Myanmar, na Coreia do Norte, na China, no Irão ou noutro país nada democrático a ouvir, no seu rádio com Onda Curta e às escondidas - inclusivamente a correr risco de vida - uma estação que lhe diz o que o governo do seu país não quer que se saiba. Por todas as razões, viva a rádio!

sexta-feira, fevereiro 04, 2022

Já é oficial: rádios da Media Capital deverão ser vendidas ao grupo alemão Bauer Media

A Media Capital já confirmou: as rádios do grupo (Rádio Comercial, M80 Rádio, Cidade FM,  Smooth FM e Vodafone FM) deverão ser vendidas ao grupo alemão Bauer Media,  por 69,6 milhões de euros, assim o negócio seja aprovado pelas entidades reguladoras.

O contrato de compra e venda de acções com a Bauer Media Audio Holding GmbH diz respeito a 200000 acções representativas da totalidade do capital social e dos direitos de voto da Media Capital Rádios, uma subsidiária detida a 100% pela Meglo - Media Capital Global, que por sua vez é detida na totalidade pela Media Capital.

O negócio, como referi, depende da aprovação do regulador, nomeadamente a ERC; contudo, esta entidade não deverá exigir a satisfação de muitas condições para que a venda seja concluída.

quinta-feira, fevereiro 03, 2022

Coisas que vale a pena ouvir no bom e velho receptor de rádio com Onda Média e Onda Curta: emissão especial da Rádio Andorra

Porque a rádio também serve para recordar a própria rádio que se fazia no passado, um bom pretexto para ouvir a Onda Média ou a Onda Curta no próximo sábado é a emissão especial do programa "Carte Blanche" da extinta Rádio Andorra, gravado no dia 1 de Julho de 1979 e apresentado por Daniel Balavoine, um cantor francês falecido de forma trágica em 1986 aos 33 anos de idade.

O programa, restaurado a partir de uma cassete por Christian Milling, será captável em Portugal na Onda Média, através do emissor de 1000 kW da TWR Europe em Roumoules (França), nos 1467 kHz, entre as 19h00 e as 21h00 UTC do próximo sábado, dia 5 de Fevereiro de 2022; para quem prefere tentar a Onda Curta, saiba que o programa vai ser também emitido para várias zonas e em determinados horários:

  • Para a América do Norte, entre as 12h00 e as 14h00 UTC do mesmo dia, nos 5850 kHz (100 kW) da WRMI Florida;
  • Para a Europa (central), entre as 16h30 e as 18h30 UTC, nos 6175 kHz, através do centro emissor de Moosbrunn, na Áustria, com 100 kW;
  • Para a Ásia, África e parte da América do Norte, entre as 21h30 e as 23h30 UTC, nos 7400 kHz, através do centro emissor de Gavar (Arménia), com 300 kW.

A quem tentar realizar a escuta, desejo uma boa captação!