domingo, dezembro 29, 2019

630 kHz Montemor-o-Velho: Onda Média da Antena 1 mete literalmente água!

O emissor de Montemor-o-Velho da Antena 1 (Onda Média- 630 kHz 10 kW) meteu, literalmente, água, mercê das cheias na região, que, segundo a informação publicada pelo utilizador "Radiófilo" no "Fórum da Rádio", citando fonte da Direcção de Engenharia da rádio pública, terão levado os técnicos da RTP a desligar o emissor no passado dia 21. Ao que parece,  parte do sistema radiante, bem como a cabine de antena terão ficado submersas, o que implica a realização de uma operação de limpeza e avaliação dos estragos assim que o nível da água baixe a níveis razoáveis.

Perante esta situação, a alternativa de escuta da Antena 1 por via hertziana é a sintonia das várias frequências FM que servem a região, nomeadamente: 87,9 MHz (Lousã), 94,9 MHz (Coimbra), 98,3 MHz Montejunto, 98,7 MHz Maunça (Batalha/ Leiria / Fátima) e 106,7 MHz Arestal.

Esperemos que a RTP se digne reparar este centro emissor e não aplique o mesmo "tratamento" com que "mimou" os emissores de Chaves e Faro, desactivado-os de vez para não ter de investir na Onda Média...

quarta-feira, dezembro 25, 2019

183 kHz: "Au revoir, Europe 1 sur Grandes Ondes"

Confirma-se o que já se temia há algum tempo: a "Europe 1", estação de rádio privada francesa cujo centro emissor de Onda Longa (183 kHz) em Felsberg-Berus se situa, curiosamente, na Alemanha, vai encerrar um dos últimos colossos da rádio nesta faixa de frequências. Assim, o sinal dos 183 kHz será, infelizmente, desligado no próximo dia 31. Assim, a estação vai passar a ser ouvida na França através da rede quase nacional em FM e das transmissões via satélite e Internet. A "Europe 1" deverá estar brevemente disponível também na rádio digital DAB+.

Depois do último bastião da Onda Longa da NRK norueguesa ter sido encerrado há pouco tempo, depois de se ver a Argélia e Marrocos desligarem os emissores OL, depois da Alemanha ter fechado de vez toda a rede OL e OM, depois da rádio pública francesa ter despromovido o histórico emissor de Allouis (162 kHz) a uma simples estação utilitária de transmissão do sinal horário, agora é a vez da Europe 1 seguir a política de "desligar a ficha" de um dos emissores de radiodifusão em modulação de amplitude na faixa de Onda Longa mais emblemáticos do Velho Continente; e assim, em tom de consternação, fecha-se, sem a glória de outros tempos, um capítulo na história da rádio na Europa...

sexta-feira, dezembro 20, 2019

Rádio Limite (Castro Daire) sem sinal FM devido a avaria do emissor

A Rádio Limite (89,0 MHz Castro Daire, no distrito de Viseu), encontra-se sem emitir no FM devido a uma avaria irreparável no emissor. Segundo a informação colocada pela rádio nas redes sociais (Facebook), não obstante a estação recorrer a outro emissor, emprestado, este último também sofreu uma avaria.

A braços com problemas técnicos graves, a estação vê-se obrigada a vender rifas a 2€ por forma a angariar fundos para a compra de um novo emissor. Aos leitores do blogue que se situem na região ou que por lá passem o Natal,  não posso deixar de apelar à ajuda a uma rádio local que passa por grandes dificuldades. Dá pena constatar que as rádios locais se vêem obrigadas a recorrer a peditórios e rifas para fazer face a um qualquer imprevisto grave que coloque em causa a sua missão diária de informar e entreter os ouvintes... Esperemos que a Rádio Limite consiga rapidamente reestabelecer a emissão hertziana.

sábado, dezembro 14, 2019

Reuters Digital News Report 2019: portugueses ouvem "podcasts"

O último relatório "Reuters Digital News Report" a respeito da realidade dos media em Portugal deve servir como alerta para as rádios que insistem em continuar a ser meras "jukeboxes" totalmente automatizadas a debitarem música após música.

Se o documento aponta para o desinteresse, por parte de 31% dos consumidores de media online, na informação noticiosa publicada na Internet, Portugal é, paradoxalmente, o segundo país onde se mais confia nas notícias. Todavia, o dado mais surpreendente do relatório (e que deve preocupar as rádios) será a conclusão de que 34% dos entrevistados ouvem "podcasts". Um número expressivo, que representa uma fatia da população que gosta de ouvir conteúdos falados que sejam do interesse dos ouvintes. Provavelmente, muitos dos conteúdos mais ouvidos nem são realizados por estações de rádio - e aí reside o problema: na era do Spotify, Apple Music, YouTube e redes sociais, as rádios, mais do que nunca, devem inovar em conteúdos originais e apelativos; programas que sejam uma boa razão para que os ouvintes de podcast ouçam um programa de rádio disponibilizado em podcast, na emissão online ou até no FM. A sobrevivência do modelo de radiodifusão como o conhecemos depende de uma nova abordagem de comunicação: programas de divulgação cultural ou científica, programas de interacção com o ouvinte em que se debatam assuntos que interessem aos ouvintes (a "Prova Oral" da Antena 3 é um bom exemplo), programas de informação que tragam valor acrescentado e que não se limitem a ser meros noticiários alargados, entre outros exemplos. A rádio sobreviveu ao advento da televisão. A rádio adaptou-se à chegada da Internet. O que falta será encontrar ideias para programas que levem os consumidores dos podcasts a ouvirem o trabalho desenvolvido pelas estações de rádio. E se basta pouco mais do que um smartphone para se criar um podcast, as rádios, com os meios tecnológicos de que dispõem, podem fazer muito mais por quem quer ouvir conteúdos a caminho do emprego ou no final do dia. Este é, na minha óptica, o grande desafio que as rádios terão de enfrentar.