(citação)
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Rádio de rock e pop quer celebrar a guitarra e furar as 'play list'; segunda-feira estará no ar às 21.09 em 104.8 FM na Grande Lisboa.
Onze anos depois, a Super FM volta ao éter. É a terceira vez que nasce. "Não é comum", admite o director da rádio, Rui Santos. Amanhã, às 21.09, o hino da Super FM, uma canção encantatória, segundo o director, voltará para reafirmar que é o instinto que move o projecto, não as leis dos departamentos de marketing. É esta a razão e a promessa da estação "da guitarra" - rock e pop - que se pode sintonizar na Grande Lisboa em 104.9 FM[sic].
Todo o projecto, nas palavra de Rui Santos, é uma declaração política, no sentido de (re)conquistar uma geração que "sabe o que não quer" - e não sabe o que quer, portanto. Em 1998, a rádio acabava de morrer pela segunda vez (a primeira vida foi entre 1991 e 1994) por a equipa directiva não concordar com a subjugação daquilo que consideravam os interesses dos ouvintes (ler: fãs de rock para lá das play list). "Os sócios queriam incluir um outro sócio, achámos inaceitável e preferimos encerrar."
"Voltamos numa onda de grande expectativa porque a rádio em 1998 acabou em alta", diz Rui Santos. "Havia ouvintes, era a rádio mais ouvida de Lisboa no segmento 18/25 e a 2.ª mais ouvida no segmento 25/40 anos. Deitaram-se fora milhares de contos [à época] em publicidade, mas preferimos assim", diz. Ou seja, era uma declaração de princípios.
Agora, há toda uma geração de 30 anos, assegura Rui Santos, sequiosa de chegar além das play list: "Os U2 não têm só três músicas, têm 75 e nós não vamos passar só as três que se ouvem em todas as rádios." "Não estamos agrilhoados, não estamos presos", garante em conversa telefónica - por trás, o ruído das máquinas, solicitações ("onde está o alicate de corte?"), gente a fazer a sua obra (parece algo próprio da geração Ikea, já agora).
A promessa, portanto, é uma rádio de rock com alguma pop. Sem máquinas de música com botões governados por pessoas, mas com pessoas a arriscar. "Vamos ter animadores uns dias maldispostos, mal-humorados, mas vai ser gente a pôr música." "Isto é muito linear: Vamos arriscar."
Arriscar, aqui, rege-se pelo "instinto", que será a única "máquina" a guiar a ordem e as escolhas das músicas. Outro exemplo: "Estiveram 40 mil pessoas no Festival do Sudoeste a cantar várias músicas dos Faith no More e não apenas uma, aquela que todas as rádios se limitaram a passar como promoção do concerto da banda. Nós queremos passar também as outras."
Com instinto, pessoas e rock e a geração dos 30 anos que sabe o que não quer e é "motor do País", renasce a Super FM. Super: Sempre Unidos por Esta Razão/Rádio. E pela música que o instinto lhes diz estar para lá das play list.
»Fonte: Diário de Notícias
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