Quando o pouco é muito...
Um jipe velho, dois computadores portáteis, microfones e cabos: o equipamento de uma estação de rádio. A descrição de uma rádio pirata sem grandes recursos? Podia ser, mas não: trata-se da Rádio Caraíbas, uma estação de rádio haitiana que perdeu os estúdios no catastrófico terramoto que atingiu o Haiti. Metade do edifício ruiu e a outra metade pode cair a qualquer momento. Todavia, a antena de emissão ficou intacta.
Sem poderem utilizar o equipamento dos estúdios, os funcionários desta «rádio lendária do Haiti» tiveram de montar um estúdio improvisado num jipe, à porta dos estúdios e daí emitem informações importantes para os ouvintes.
Num país devastado por um trágico desastre natural, que matou milhares de pessoas e desalojou milhões, onde a esmagadora maioria da população é analfabeta, a rádio desempenha um papel vital para a sobrevivência, podendo prestar informações vitais em tempo útil. Quando não existe electricidade, o telefone não funciona, a Internet só é utilizada por uma elite, a rádio é o meio privilegiado para chegar à população, numa era onde, a par dos clássicos receptores a pilhas e corrente alterna, existem rádios a corda ou a energia solar que podem funcionar em situações de emergência.
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