Se a rádio é, na minha perspectiva, o meio de comunicação social por excelência, a verdade incontornável é que a sua magia manifesta-se não só nas grandes celebrações de alegria mundiais, como também se destaca nos momentos de dor e consternação globais.
Regulando o botão de sintonia do receptor durante o dia de hoje, Note-se que as rádios de todo o mundo (literalmente) mencionam um nome: Nelson Mandela. Nas mais variadas línguas, a morte de Nelson Mandela comove o mundo. Não será para menos: Madiba foi, decerto, um dos maiores vultos do século XX, que aceitou passar um terço da vida (mais exactamente, 27 anos) na prisão por defender de forma acérrima e intransigente as causas por que lutou a vida inteira. A sua motivação na defesa dos direitos humanos e na democracia inspira milhões de pessoas por todo o planeta. Num contexto global onde Mandela é recordado não apenas pelo povo sul - africano, como também por figuras públicas dos mais variados quadrantes políticos, filosóficos, culturais e sociais, as principais rádios generalistas e de informação dispersas pelo globo jamais poderiam ignorar o movimento de solidariedade com a África do Sul e, em especial, com a família e amigos mais próximos do primeiro presidente negro da história deste país. Numa rápida observação, o falecimento de Mandela foi noticiado, além das rádios portuguesas, na BBC 5 britânica, Rádio Nacional de Espanha, France Inter, Cadena SER (Espanha), Médi 1 (Marrocos), entre, seguramente, muitas mais.
Quando o mundo se une no sofrimento e esmorece face ao desaparecimento de um autêntico líder moral planetário, a rádio revela as palavras de tristeza de outros líderes mundiais, todavia, não esquece a voz do cidadão comum. O mundo poderia viver sem a rádio? Obviamente que sim. Contudo, a cobertura mediática de grandes eventos mundiais que tocam nos sentimentos das pessoas nunca poderia ser igual.
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