Facto raro na história da Rádio em Portugal: comemora-se, em três dias consecutivos, três datas históricas da radiodifusão em Portugal.
Começando no dia 24 de Abril, comemorou-se o centenário do que é considerado o primeiro programa de rádio produzido em Portugal. No mesmo dia, mas em 1914, Fernando Cardelho de Medeiros realizou o primeiro programa de telefonia sem fios, recorrendo a um gramofone de campânula emprestado e um microfone.
Avançando um dia, mas em 1974, o 25 de Abril trouxe, entre outras conquistas, a liberdade de expressão e a verdadeira liberdade de programação nas rádios. A própria Revolução deve muito à existência da rádio. Como referência histórica, deixo a hiperligação para uma gravação dos Estúdios Alfabeta dos Emissores Associados de Lisboa, às 22h55 do dia 24 de Abril de 1974, quando o locutor de serviço, João Paulo Diniz, passou a primeira senha do golpe militar que se seguia: o tema "E Depois do Adeus, do Paulo de Carvalho".
Certamente não tão marcante quanto os dois eventos anteriores, hoje, dia 26 de Abril, celebra-se o 20º aniversário da Antena 3. Independentemente dos gostos musicais de cada pessoa, há que reconhecer que a 3 promove a música portuguesa, não apenas os artistas pop mainstream, mas também muita música de cariz mais alternativo por cá produzida. Também a produção da "Prova Oral", programa único no contexto do panorama das rádios nacionais em Portugal é um verdadeiro exemplo de serviço público de rádio.
3 comentários:
Não havia nenhuma "Rádio Alfabeta".
Havia sim os "Estúdios Alfabeta", que congregava a "Rádio Pensinsular" e "Rádio Voz de Lisboa", que por sua vez juntamente com a "Rádio Graça" e "Clube Radiofónico de Portugal" formavam os "Emissores Associados de Lisboa".
Ou seja as duas primeiras rádios tinham estúdios comuns... mas só isso.
Obrigado pela informação. Na verdade, a referência à "Rádio Alfabeta" não é de minha autoria, sendo mencionada em várias fontes na Internet.
Certo. No entanto há que ter muito cuidado com as fontes. Muitas vezes um erro é replicado até à exaustão, de tal forma que passa por verdade. No caso concreto até existe um livro "histórico" com esse erro. No entanto bastava a consulta de jornais diários da época (que traziam a programação da rádio!) para não cometer tal erro.
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