No Dia Mundial da Rádio importa falar no que mais importa para a rádio: os ouvintes. Porque sem ouvintes não vale a pena haver rádio.
Sejam 10 ou sejam 10 milhões, os ouvintes são a razão da sobrevivência da rádio mesmo na era da televisão, da Internet e, em particular, das redes sociais. Numa época onde existem inúmeros meios tecnológicos para entretenimento, a rádio continua viva se conseguir transmitir conteúdos apelativos a um auditório que vai mudando ao longo dos anos. Para isso, tem de saber adaptar-se às novas tendências de consumo de informação, de música, de desporto, e de outras áreas. Há ouvintes que se perdem, há ouvintes que continuam a ser ouvintes e há novos ouvintes que têm de ser conquistados e mantidos.
Na era do Spotify e do TikTok, as rádios têm de olhar, sem prejuízo das gerações adultas, também para os jovens, que tendem a ouvir menos rádio, e compreender como podem seduzir os adolescentes e os jovens adultos para que estes comecem a gostar de ouvir as estações de radiodifusão. É fundamental saber inovar não só na tecnologia mas, e sobretudo, nos conteúdos, mostrando ao público jovem que ouvir rádio é divertido e interessante. As rádios, mais do que "máquinas de debitar músicas a seguir a músicas", têm de ser feitas de humanos para humanos. Profissionais que têm um discurso apelativo, que riem, que choram, que se emocionam e fazem emocionar. Por muitas qualidades que a Inteligência Artificial tenha hoje e vai ter no futuro, nunca será humana e jamais exaltará sentimentos. Pensemos nisto.
Quero aproveitar para agradecer a todos os profissionais das rádios o trabalho desenvolvido em prol dos ouvintes. Sem locutores, sem jornalistas, e sem técnicos, a rádio não pode funcionar. Tantos profissionais que, nomeadamente em Portugal, não ganham o que mereciam ganhar. Muito obrigado pelo vosso trabalho!
Muitas rádios comemoram, de uma forma ou de outra, este dia, mas permitam-me que destaque uma iniciativa: a RUC (107,9 MHz Coimbra) vai realizar, a partir das 18h, uma emissão especial em directo durante 24 horas, com o objectivo de angariar fundos para a renovação dos estúdios.
A rádio está viva e, neste dia mundial, podemos gritar: viva a rádio!