quinta-feira, fevereiro 13, 2025

Dia Mundial da Rádio


No Dia Mundial da Rádio importa falar no que mais importa para a rádio: os ouvintes. Porque sem ouvintes não vale a pena haver rádio.

Sejam 10 ou sejam 10 milhões, os ouvintes são a razão da sobrevivência da rádio mesmo na era da televisão, da Internet e, em particular, das redes sociais. Numa época onde existem inúmeros meios tecnológicos para entretenimento, a rádio continua viva se conseguir transmitir conteúdos apelativos a um auditório que vai mudando ao longo dos anos. Para isso, tem de saber adaptar-se às novas tendências de consumo de informação, de música, de desporto, e de outras áreas. Há ouvintes que se perdem, há ouvintes que continuam a ser ouvintes e há novos ouvintes que têm de ser conquistados e mantidos.

Na era do Spotify e do TikTok, as rádios têm de olhar, sem prejuízo das gerações adultas, também para os jovens, que tendem a ouvir menos rádio, e compreender como podem seduzir os adolescentes e os jovens adultos para que estes comecem a gostar de ouvir as estações de radiodifusão. É fundamental saber inovar não só na tecnologia mas, e sobretudo, nos conteúdos, mostrando ao público jovem que ouvir rádio é divertido e interessante. As rádios, mais do que "máquinas de debitar músicas a seguir a músicas", têm de ser feitas de humanos para humanos. Profissionais que têm um discurso apelativo, que riem, que choram, que se emocionam e fazem emocionar. Por muitas qualidades que a Inteligência Artificial tenha hoje e vai ter no futuro, nunca será humana e jamais exaltará sentimentos. Pensemos nisto.

Quero aproveitar para agradecer a todos os profissionais das rádios o trabalho desenvolvido em prol dos ouvintes. Sem locutores, sem jornalistas, e sem técnicos, a rádio não pode funcionar. Tantos profissionais que, nomeadamente em Portugal, não ganham o que mereciam ganhar. Muito obrigado pelo vosso trabalho!

Muitas rádios comemoram, de uma forma ou de outra, este dia, mas permitam-me que destaque uma iniciativa: a RUC (107,9 MHz Coimbra) vai realizar, a partir das 18h, uma emissão especial em directo durante 24 horas, com o objectivo de angariar fundos para a renovação dos estúdios.

A rádio está viva e, neste dia mundial, podemos gritar: viva a rádio!

2 comentários:

Anónimo Atento disse...

Bom texto.

Mas sejamos realistas. Eu não vi nenhuma reacção ao mais alto nível. Nem na página oficial da Presidência da República, nem dos nossos governantes sobre este dia. Mas que me provem aqui o contrário. Pode ter-me escapado alguma reacção na pesquisa que fiz.

Ainda bem que é um Dia Mundial... porque pelos nossos políticos, nem haveria Dia Nacional das rádios.

Muitas estão a desaparecer... apesar de divulgarem as nossas tradições e a música portuguesa (fado, folclore, música de baile, música popular)... O seu serviço público não parece ser devidamente reconhecido.

Fiz uma pesquisa sobre o Dia Mundial da Rádio e o que encontrei foi uma página no Facebook "Diário da República" (página da Constituição?) a falar dos deveres em transmitirmos 30% de música portuguesa. Poderiam ter citado um artigo em reconhecer a importância das rádios locais, mas decidiram relembrar as obrigações das emissoras.

Há rádios a fechar, neste país! Há uma crise séria no sector!

Enfim!

Anónimo disse...

O responsável pela pasta da Comunicação Social anunciou em entrevista o sonho de ser candidato à autarquia do Porto...

Lá se vão as 30 medidas de apoio à Comunicação Social? É para continuarmos calados certo?