terça-feira, junho 28, 2011

Serviço público de rádio e televisão - privatizar a RTP: sim ou não?


Numa altura em que se conhecem as intenções do novo governo resultante da coligação PSD/CDS-PP, e quando muitas vozes têm defendido a privatização da RTP sem assumirem claramente e de forma pública a sua posição em relação ao funcionamento do serviço público de rádio e televisão, considero pertinente colocar em cima da mesa (que é como quem diz, neste blog) duas questões essenciais: deve ou não a RTP ser privatizada? Na eventual privatização da RTP, como deve ser assegurado o serviço público de rádio e televisão em Portugal?

O assunto privatização da RTP  está longe de ser novidade. Sempre houve vozes a defender a redução do número de canais do serviço público de rádio e televisão ou até da completa privatização da RTP, obrigando à contratualização do serviço público por entidades privadas.

Antes de mais, que não se tenha dúvidas que o serviço público de rádio e televisão terá sempre de estar assegurado. A própria Constituição da República Portuguesa, no número 5 do artigo 38º estabelece que «O Estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e de televisão.» . Tal disposição legal obriga o Estado português a manter o serviço público mesmo num eventual cenário de privatização total da RTP, sendo forçado, em última instância, a estipular obrigações acrescidas aos operadores privados, visando a transmissão de programas de serviço público.

A discussão da eventual privatização da RTP deve começar por uma profunda e séria reflexão acerca da natureza e modelo do serviço público de rádio e televisão. Quem pode e deve assegurar o serviço público, que tipo de conteúdos devem fazer parte do serviço público, em que condições deve esse serviço público ser prestado, são questões que deverão  e terão de ser ponderadas antes de se traçar o futuro da empresa Rádio e Televisão de Portugal, S.A. .

O que é então, o serviço público? Na minha perspectiva, diria que o serviço público define-se como um conjunto de conteúdos de teor não essencialmente comercial, destinados à divulgação da língua e cultura portuguesas, sem esquecer a difusão de conteúdos educacionais, culturais, artísticos e científicos que incentivem os portugueses a reflectir acerca de realidades culturais e científicas pouco divulgadas na rádio e na televisão,  não descurando o incentivo à produção nacional radiofónica e televisiva. Mais do que uma simples frase, o serviço público é um conjunto de elementos cujo objectivo assenta no enriquecimento pessoal e cultural do povo português e de todos os lusófonos dispersos pelos quatro cantos do mundo. O conceito de serviço público passa, por exemplo, por programas de divulgação de vertentes da arte e cultura portuguesas pouco ou nada abordadas na generalidade dos meios de comunicação social. Também é serviço público manter programas na RDP Internacional e na RTP Internacional que divulgam a cultura portuguesa e a actualidade portuguesa aos nossos emigrantes, mas também aos muitos lusófonos que acedem aos canais internacionais da RTP para conhecerem melhor o nosso Portugal. O serviço público também passa por abranger Portugal de lés a lés, evitando o típico centralismo de Lisboa e do Porto.

Não obstante, nem tudo o que a RTP produz fará parte do conceito de serviço público.  Dificilmente se define como serviço público a transmissão de música comercial ("mainstream") na Antena 3. Também julgo que será difícil considerar como serviço público programas de televisão como "O Preço Certo em Euros" ou o "Último a Sair". O serviço público não deve incidir na cópia ou imitação de programas e conteúdos oferecidos pelas estações privadas, mas sim na produção de programas inovadores, que não procurem concorrer com os formatos produzidos pelos operadores privados. Por outro lado, não é menos verdade que o serviço público não se esgota na rádio e televisão do Estado, havendo componentes de serviço público nos meios de comunicação social privados: ninguém pode desmentir que, ao nível da informação (e ao nível religioso), a Rádio Renascença presta algum serviço público. A TSF, não obstante não ser uma rádio nacional, também tem elementos de serviço público na sua programação.

A eventual privatização da RTP não afecta apenas o serviço público de rádio e televisão. A RTP 2 e as rádios públicas estão isentas de publicidade comercial. A RTP 1 tem apenas 6 minutos de publicidade por hora. Privatizar os canais da RTP significaria introduzir uma distorção artificial no mercado publicitário, pois, no limite (leia-se, no hipotético cenário da privatização total da empresa), dois canais nacionais e três estações de rádio passariam a ter de partilhar a publicidade com os operadores existentes. A RTP 1 e RTP 2 teriam de partilhar o "bolo" publicitário com a SIC e a TVI, para não falar nos canais pagos. A Antena 1, Antena 2 e Antena 3 teriam de partilhar a escassa publicidade com o grupo R/COM, a MCR e até com a TSF e algumas rádios locais. Se os actuais operadores privados queixam-se de dificuldades agravadas pelo fraco mercado publicitário, o que será deles se tiverem de partilhar a publicidade com mais operadores? Admitindo a privatização de um canal comercial de televisão, o mercado televisivo nacional em sinal aberto deixaria de partilhar a publicidade entre "dois canais e meio" passa dividir a oferta por três canais. Por outro lado, a RTP Internacional, a RTP África, a RDP Internacional e a RDP África são estações que, por motivos inerentes aos seus objectivos, não apresentam publicidade comercial. E tal situação é mantida por razões evidentes, quando e sobretudo no caso da RTPi e RDPi, se tratam de canais dirigidos aos portugueses e lusófonos espalhados pelo mundo, não fazendo muito sentido publicitar produtos e serviços dirigidos ao mercado português num canal visto maioritariamente por emigrantes portugueses radicados noutros países.

Exceptuando empresas exportadoras com clientes dispersos pelo mundo e as grandes marcas internacionais, ninguém vai publicitar os seus produtos ou serviços junto de um público que dificilmente os vai consumir (por estarem vocacionados para o mercado português). Aliás, a esmagadora maioria dos canais internacionais de rádio e televisão não apresentam publicidade, não só por serem públicos, mas sobretudo devido ao público-alvo dos mesmos.

Ninguém tem dúvidas que existem áreas do serviço público pouco apelativas para as empresas privadas de comunicação social. Manter canais internacionais onde não há  (ou há muito pouco) interesse em colocar publicidade não será uma  opção estratégica apelativa para uma empresa do sector radiofónico e/ou televisivo que depende exclusivamente da publicidade para (sobre)viver e que, - legitimanente, - procura audiência para obter receitas publicitárias, que permitem à estação fazer face às despesas correntes. É a lei do mercado, onde qualquer operador privado tem de se financiar através da disponibilização de tempo em antena para a promoção de produtos e serviços, em troca da devida recompensa financeira. A não ser que o Estado as obrigue a isso, não estou a ver a SIC, a TVI e possivelmente as rádios privadas como a RR ou a TSF, por exemplo, a participarem no funcionamento da RTP Internacional, RTP África, RDP África e RDP Internacional. Qualquer gestor diria que tais canais são um investimento sem retorno, mas que certamente vale a pena: representa a essência do ser português, mostrando ao Mundo o que é Portugal e quem e como são os portugueses. Neste contexto, faz todo o sentido manter e melhorar o serviço público prestado por estes canais.


Longe de ser consensual, a privatização da RTP promete, como sempre aconteceu, ser um tema fracturante na sociedade portuguesa, criando uma grande discussão sobre o que é e o deve ser o serviço público de rádio e televisão em Portugal. Não acreditando que na futura revisão constitucional, todos os partidos envolvidos concordem com a remoção do n.º 5 do artigo 38.º da CRP, o serviço público terá sempre de existir, seja através de uma empresa pública, seja (no limite) através de uma contratualização com operadores privados.

Actualização: ao que parece, o novo Governo pretende reestruturar a RTP, reduzindo os custos operacionais. A ideia será privatizar um canal de televisão, mantendo o outro, a RTP África e a RTP Internacional como estações de serviço público. Em relação às rádios públicas, as notícias não são muito claras, limitando-se a sugerir que as mesmas seguirão os mesmos princípios da RTP televisão.

**Este texto não foi escrito ao abrigo do "Acordo" Ortográfico**

quarta-feira, junho 15, 2011

RDP Internacional: "suspensão temporária" (mas não total) da Onda Curta:

Que a RTP teve o descaramento de suspender temporariamente a Onda Curta da RDPi, é um facto infelizmente constatável com um receptor de rádio... Todavia, a rádio pública portuguesa omite (talvez uma forma deliberada de forçar os ouvintes a esquecer a OC) uma informação importante: a RDPi continua a emitir em Onda Curta para a Europa, através do centro emissor de Sines da ProFunk GmbH.

Assim, a RDPi continua a ser sintonizada de 2.ª a 6.ª feira, entre as 0645 e as 0800 UTC, nos 11 850 kHz (banda dos 25m). Aos sábados e domingos, a RDPi só poderá ser escutada com um receptor digital com DRM (Digital Radio Mondiale) entre as 0830-1000 UTC nos 11 995 kHz (25m). Estas emissões deverão continuar operacionais até ao final de Outubro, altura em que a própria manutenção do centro emissor de Sines é posta em causa.
Centro emissor de Onda Curta em Sines com os dias contados?

Mau demais para ser verdade: o ano de 2011 ainda vai a meio e já se arrisca a ficar registado na História da rádio em Portugal como o ano da morte da radiodifusão em Onda Curta no nosso país. Depois da "suspensão temporária" da RDPi em Onda Curta, é a vez da Deutsche Welle contar os dias de vida do centro emissor de Sines da ProFunk GmbH.

A DW prepara-se para realizar cortes nas emissões em Onda Curta, reduzindo drasticamente as horas de emissão e as línguas em que a emissora germânica opera. Entre as medidas anunciadas pela estação alemã, destaca-se a desactivação de vários centros emissores, nomeadamente os de Trincomalee (Sri Lanka) e Sines (Portugal) . A partir do dia 1 de Novembro de 2011, o centro emissor de Onda Curta em Sines deverá ser desactivado, deixando de emitir a DW e/ou outras estações que alugam tempo de emissão à rádio internacional da Alemanha. Infelizmente, entre outros efeitos colaterais da decisão, afigura-se provável o cenário de ver os técnicos portugueses ao serviço da DW engrossar a pesada lista de desempregados do nosso país...

terça-feira, junho 07, 2011

Rádio Renascença comemora 75 anos:

A Rádio Renascença arrancou as comemorações dos 75 anos de actividade da emissora católica portuguesa, com um concerto no Estádio do Bessa (Porto) que decorreu na noite da passada sexta-feira, dia 3 de Junho.

Uma data importante para a estação, já que as emissões experimentais da jovem emissora iniciaram-se no dia 3 de Junho de 1936, através de um pequeno emissor instalado na Charneca (Lisboa). Todavia, a Rádio Renascença arrancou definitivamente no dia 1 de Janeiro de 1937, servindo a população com emissores em Onda Média e Onda Curta.


Em meados da década de 60, a RR passou a contar também com uma rede nacional de emissores FM, passando a ser escutada em grande parte do país. De referir que, na altura, a RR apenas detinha dois pequenos emissores de Onda Média, um para servir a região de Lisboa (emissor da Buraca, mais tarde bombardeado durante o PREC) e outro na região do Porto.

No início da década de 80, a Rádio Renascença instalou novos emissores de Onda Média  que asseguram a cobertura da estação em todo o continente. Mais tarde, o então governo socialista ofereceu à RR uma nova rede de emissores FM, que serviu a RR Onda Média durante pouco tempo. No dia 1 de Janeiro de 1987 (coincidindo com o 50.º aniversário da RR), a nova rede de emissores passou a transmitir um novo canal orientado para um público mais jovem: a RFM.

Em 1998, a emissora católica portuguesa lançou uma nova estação destinada ao público jovem, a Mega FM, disponível em Lisboa (92,4), Porto (90,6 Gondomar) e Coimbra (90,0) MHz.Mais tarde, a Mega FM estende-se a Aveiro, Braga e Sintra.

Dez anos depois, no dia 4 de Agosto de 2008, a RR inaugura as emissões da Rádio Sim , o quarto canal da emissora, cuja programação está direccionada  para o público acima dos 55 anos, apostando na música portuguesa e internacional dos anos 1940-1970s.

sábado, maio 28, 2011

RDPi "suspende temporariamente" a Onda Curta a partir do dia 1 de Junho:

Vergonhosa, narcisista, tartufa e sovina: quatro adjectivos para descrever a decisão da RTP de desligar de vez,  perdão, "suspender temporariamente" as emissões em Onda Curta da RDP Internacional, a partir do dia 1 de Junho.

Como se não bastassem os argumentos falaciosos da RTP, eis que a Associação Portuguesa de Radiodifusão tomou a liberdade de, na pessoa do seu presidente, José Faustino, pronunciar-se a respeito desta questão. Segundo o mesmo, «acho que ninguém [fica afetado]. Já ninguém ouvia aquilo e estava-se a gastar dinheiro. Não faço ideia de quanto custa, mas operar em onda curta é bastante caro. E não faz sentido, porque hoje há satélite e há internet». Ora, com todo o respeito pelo Sr. Faustino, tais declarações, baseadas apenas nos comunicados da RTP, não contribuem para uma avaliação séria da situação. A não ser que a APR tenha efectuado um estudo acerca das audiências da RDPi nos vários meios de distribuição, uma entidade reputada no sector da radiodifusão não deveria tirar ilações sem considerar a outra face do problema: os ouvintes.

Será que a APR, instituição que defende o interesse do meio radiofónico não devia olhar para as questões do sector tendo em consideração o elemento-chave do processo de comunicação via rádio, que não é mais nem menos do que o ouvinte? Afinal de contas, de que serviriam as rádios se não houvesse ouvintes? Será que algum iluminado da APR tem uma noção mais ou menos exacta da quantidade de ouvintes da RDPi  que a ouve na Onda Curta, do número de ouvintes via satélite e do número de ouvintes via cabo? Exceptuando a Internet, onde a RTP pode determinar o número de ouvintes ligados ao servidor da rádio pública, os restantes meios não podem fornecer dados sobre os ouvintes, devido à unidireccionalidade da transmissão. A única forma de saber quem e como ouve será através de inquéritos dirigidos às comunidades de emigrantes portugueses, luso-descendentes e restantes lusófonos espalhados pelo mundo. E saberá o Sr. Faustino explicar a todos os ouvintes que o solicitem, como poderão aceder a meios alternativos de recepção da RDPi? Será, então, a APR capaz de indicar aos ouvintes como poderão adquirir e montar antenas parabólicas para ouvir a RDPi? Saberá a APR que operadores de cabo espalhados pelo mundo dispõem da RDPi na sua grelha? Mais uma vez, com toda a consideração pela pessoa do Sr. Faustino, seria desejável que o presidente da APR tivesse uma atitude muito mais prudente e responsável, avaliando criteriosamente a situação antes de comentar a situação em causa.

Vai-me desculpar, Sr. Faustino, mas com toda a estima que tenho por si, devia olhar para os nossos compatriotas emigrantes nos quatro cantos do mundo. Afinal, demagogia barata não credibiliza uma pessoa e uma instituição, quando se sabe que há ouvintes que ouvem a RDPi em Onda Curta e, prova disso, serão, certamente, as inúmeras reclamações que têm chegado ao Provedor do Ouvinte da RTP.


Infelizmente, os desenvolvimentos dos últimos dias sugerem que alguns iluminados expõem a sua posição sem se dignarem ouvir de viva voz os principais interessados no serviço da RDPi (os ouvintes), sem se darem conta da sua atitude cínica e  hipócrita (para não dizer ignóbil), que em nada defende o direito de acesso à rádio internacional portuguesa por parte dos nossos concidadãos no estrangeiro, a par dos restantes lusófonos que ouvem a RDP Internacional.

Por outro lado, há que louvar a defesa do serviço em Onda Curta da RDPi proveniente de muitos ouvintes da RDPi, é certo, mas também por muitos cidadãos, começando no cidadão comum preocupado com os seus compatriotas residentes fora do seu país natal, mas passando por radioamadores e Dxistas, a par de cidadãos do Brasil e de outros países lusófonos, sem descurar as declarações de um comandante  da Marinha Mercante, que não ficam satisfeitos com a argumentação da RTP, expondo um conjunto de situações que podem dificultar ou até aniquilar a recepção da RDPi, mormente em movimento. Trabalhar numa embarcação ou num camião é uma prática que, por força das limitações técnicas inerentes à recepção em movimento, incluindo as restrições de espaço, priva os nossos compatriotas da audição da RDPi enquanto desempenham a sua actividade profissional. Imagine-se o que seria ter uma antena parabólica de 3 metros de diâmetro num camião a circular em plena estrada africana! Imagine-se como um comandante naval poderá sintonizar a RDPi numa embarcação onde não há antena parabólica ou esta tem características inadequadas à recepção da RDPi via satélite.  Imagine-se como pode um ouvinte continuar a acompanhar as novidades de Portugal numa qualquer região onde não tem acesso à Internet e não pode recorrer à antena parabólica!

Tal como seria de prever, num país que ao longo de séculos se destacou nas actividades marítimas, começando nos grandes navegadores e passando pelo comum dos pescadores, ainda existem muitos portugueses ligados à pesca nas costas do Canadá e na Terra Nova, por exemplo que se socorrem da RDP Internacional para se manterem a par da actualidade portuguesa. De igual modo, há muitos camionistas portugueses que viajam pela Europa ou pela África a ouvir a emissora internacional portuguesa. A partir da próxima quarta-feira, deixam de poder ouvir a RDPi na estrada e terão dificuldades acrescidas para ouvir no mar.


Mas afinal, não há ouvintes da RDPi em Onda Curta? Naturalmente que sim... os mesmos que não serão decerto acéfalos e já depreenderam as razões pelas quais a RTP está tão interessada em terminar com tecnologias analógicas obsoletas (ironia): tudo se resume ao politicamente correcto, numa óptica de contenção desenfreada de despesas, sem ganhar a coragem de admitir publicamente que tudo não passa de um plano para equilibrar contas sacrificando os ouvintes em detrimento de cortes em áreas sobejas onde os interesses instalados deviam dar lugar ao verdadeiro serviço público prestado aos ouvintes e telespectadores!

Já agora, senhores administradores da RTP, tenho algumas propostas melhores para cortar na despesa: fechem ou privatizem a RTP N. Aproveitem para fundir a RTP África com a RTPi e a RDP África com a RDPi. Por último, acabem de vez com todos os utensílios de cozinha (leia-se tachos) supérfluos no serviço público de rádio e televisão. Os ouvintes e telespectadores, que querem um serviço público eficiente e de qualidade, agradecem! Mas ao menos tenham mais deferência por quem escuta a rádio internacional portuguesa, que desde o seu início (em 1936) sempre enobreceu a Língua e a cultura portuguesas, glorificando um dos mais excelsos símbolos da História de Portugal no mundo, que o nobre povo lusitano divulgou por África, pelo Brasil, por Timor-Leste e um pouco por todo o mundo, que não é senão a própria Língua de Camões!


**Este texto não foi escrito ao abrigo do "Acordo" Ortográfico**

segunda-feira, maio 16, 2011

RDP África com nova frequência em Cabo Verde (ilha de São Nicolau):

Segundo o relato do membro "TMG" do Fórum da Rádio, a RDP África colocou em funcionamento mais uma frequência em Cabo Verde, passando também a ser escutada na ilha de São Nicolau. O novo centro emissor situa-se no Monte Gordo (ilha de S. Nicolau) e opera nos 95,1 MHz com 1 kW de potência. Esta nova frequência deverá cobrir a totalidade da ilha, mormente a vila da Ribeira Brava.

De referir que a RDP África tem uma rede de emissores que cobre grande parte de Cabo Verde. A saber:


  • ILHA DO SAL: Morro Curral - 97,5 MHz
  • ILHA DE SANTIAGO: Mte. Tchota - 105,2 MHz
  • ILHA DE SANTIAGO: Mte. Pensamento - 106,1 MHz
  • ILHA DE S. VICENTE: Mte. Verde - 93,9 MHz
  • ILHA DA BOAVISTA: Sal-Rei - 95,1 MHz
  • ILHA DE S. ANTÃO: Pedra Rachada - 105,2 MHz
  • ILHA DE S. ANTÃO: Pinhão - 95,7 MHz
  • ILHA DO FOGO: S.Filipe - 93,9 MHz
  • ILHA DE S. NICOLAU: Monte Gordo - 95,1 MHz
Romântica FM regressará em breve ao Grande Porto!

Segundo uma deliberação da ERC, a Rádio 5, cadeia de rádios que utiliza as frequências da Rádio Lidador (100,8 Maia), Rádio Voz de Santo Tirso (98,4), Aveiro FM (96,5), Rádio Mar (89,0 Póvoa de Varzim) e Rádio Trofa (107,8 MHz Trofa) terá solicitado à entidade reguladora a revogação da alteração do projecto aprovado para os 100,8 MHz Maia, que passaria a chamar-se "Rádio 5 FM" e mudaria de categoria, de temática musical para generalista. A estação maiata alega não estarem reunidas as condições técnicas, humanas e económicas para avançar com o projecto, pelo que pretende a manutenção do serviço de programas temático musical, sob a designação "Romântica FM".

A prosseguir esta alteração, a Romântica FM regressará em breve aos 100,8 MHz Maia, mas agora na frequência da Rádio Lidador, já que a Rádio Lidador e a Vodafone FM (ex-Romântica) trocaram de frequência, passando a rádio da operadora de telecomunicações para os 94,3 MHz, ao passo que a Lidador mudou para os 100,8 MHz.

De referir que a estação promete relançar a Romântica FM recorrendo a recursos próprios. Como a Romântica FM deixou de emitir de Lisboa (ex- 107,2 Amadora) e apenas emite nos 92,8 Figueiró dos Vinhos (distrito de Leiria e próximo de Coimbra), é provável que a "nova" Romântica seja emitida a partir dos estúdios da Maia.
Venda da Rádio Europa Lisboa volta à estaca zero...

A venda da Rádio Europa Lisboa à Dreamradios, S.A., sociedade fundada, entre outros, por Emídio Rangel, não se concretizou. Ao que parece, a falta de financiamento da empresa levou a abortar o negócio entre a RFI e a empresa do jornalista e fundador da TSF. A estação lisboeta já requereu junto da ERC a revogação da alteração de domínio e projecto aprovado para os 90,4 MHz, que, caso o processo seguisse avante, transformar-se-ia numa rádio de informação.

Nestas circunstâncias, a Rádio France Internationale deverá continuar à procura de comprador. Ofertas, aceitam-se!

segunda-feira, maio 09, 2011

NFM emite agora também nos 99,0 + 88,2 MHz Pedrógão Grande (Rádio Triângulo):

A NFM passou a ser retransmitida pela Rádio Triângulo 99,0 + 88,2 MHz Pedrógão Grande (distrito de Leiria). A «Rádio que toca» reforça, assim, a sua posição na região centro, não obstante a cobertura fraca das capitais de distrito mais próximas, Coimbra e Leiria, motivada em grande parte pelas restrições de azimute íimpostas pela ANACOM ao emissor principal da Rádio Triângulo (99,0 MHz). De facto, o emissor localiza-se na Serra de S. João, no vizinho concelho de Figueiró dos Vinhos, a cerca de 1000, de altitude, bem perto do emissor da Romântica FM Figueiró (92,8 MHz); ao estar num concelho limítrofe e por utilizar uma frequência muito próxima da Rádio Foz do Mondego (99,1 Figueira da Foz), o emissor da Rádio Triângulo/ NFM tem um reflector apontado para norte/oeste, limitando muito o sinal na direcção da cidade dos estudantes. Já a segunda frequência, 88,2 MHz, limita-se a ser uma microcobertura para a vila de Pedrógão Grande.

Esta aquisição da NFM reforça a rede de emissores da estação, que passa a constar dos seguintes emissores: 89,2 MHz Amarante, 88,4 MHz Monte da Virgem, 96,0+105,6 Ponte de Sor (distrito de Portalegre), 102,9 MHz Aljezur (Algarve), 94,8 MHz Bombarral,  103,2 MHz Vila de Rei (distrito de Castelo Branco) e 99,0 + 88,2 MHz Pedrógão Grande (distrito de Leiria).
RTP  desactiva DAB no dia 1 de Junho:

A RTP prepara-se desactivar o seu serviço DAB no próximo dia 1 de Junho, alegando as fracas audiências neste sistema de transmissão (em grande parte devido à escassez de receptores no mercado português e ao próprio desconhecimento da rede DAB por grande parte da população), mas principalmente os elevados custos de operação. Acresce o facto de o DAB nunca ter despertado interesse das rádios nacionais privadas, pelo que o Bloco 12B emite a Antena 1, Antena 2, Antena 3, RDP África e RDP Internacional.

A rádio pública alega que as três rádios nacionais disponíveis em modo digital são escutadas também em FM, pelo que os ouvintes não ficarão privados de sintonizar a Antena 1, Antena 2 e Antena 3.
ANACOM autoriza "suspensão temporária" da Onda curta da RDPi:

Numa decisão perfeitamente aceitada e compreendida pelos ouvintes, a RTP, com o aval da ANACOM, acha por bem terminar com as emissões da RDPi na ruidosa, monofónica e distorcida tecnologia analógica de transmissão em Onda Curta. Afinal, com tecnologias digitais tão modernas e eficientes como as transmissões via satélite e a Internet, quem é que precisa da velha Onda Curta?


De facto, quem é que não poderá instalar uma antena parabólica de 3,5 ou 4 metros para ouvir a RDPi no coração de África ou da Ásia? Até mesmo numa simples varanda é rápido e fácil montar uma antena com 4 metros de diâmetro, que cabe perfeitamente num cantinho, sem causar grandes constrangimentos técnicos ou estéticos. Mesmo na Europa e América, até uma antena com um metro de diâmetro se instala tão facilmente em qualquer prédio do centro de Berlim ou num arranha-céus de Nova Iorque. Que justificação arranjará, então, o ouvinte para não ouvir a RDP Internacional? E, se por mero acaso, o ouvinte não puder instalar uma parabólica, sempre pode recorrer a outros meios para ouvir a RDP Internacional. Afinal,quem será o lusófono radicado em qualquer parte do Mundo que não consegue aceder à Internet? Até no mais remoto cantinho do solo africano é tão fácil ter um computador e uma ligação à Internet em banda larga que permita acompanhar a realidade portuguesa.

Num mundo global, estar em Londres, Nova Iorque, Tóquio, Maputo, Daca ou no Sri Lanka, é basicamente a mesma coisa. Internet rápida e barata está disponível em qualquer cidade ou aldeia de qualquer país do mundo, logo a RDPi pode ser escutada em qualquer recanto do globo terrestre.

E nas principais cidades europeias e americanas? Com o desenvolvimento de redes de cabo que, além dos serviços de TV e Internet costumam ter serviço de rádio, quem é que, servido por tal meio tecnológico em pleno centro de Basileia, Paris ou Toronto não tem acesso à RDPi?

E os camionistas portugueses ouvintes da RDPi que por força da profissão, têm de ouvir a RDPi nos seus camiões? Sempre podem viajar Europa fora com uma antena parabólica montada no veículo. Ou então sempre podem recorrer à Internet móvel, disponível em todas as estradas do continente europeu a preços irrisórios, mormente se recorrerem ao "roaming".  O estimado ouvinte da RDPi não precisa da Onda Curta, quando há tecnologias que substituem completamente este modo de transmissão. Estarei certo?

Ah, caro ouvinte da RDPi: quase que me esquecia de referir que,  no caso excepcional de não poder ouvir a RDPi via satélite, cabo ou Internet, a RTP dá-lhe uma quarta sugestão: emigre para Timor-Leste, que em Díli poderá ouvir confortavelmente a RDPi em FM nos 105,3 MHz!


Para os estimados leitores deste artigo que não detectaram qualquer ponta de ironia neste meu escrito, este texto reflecte a realidade da implantação das novas tecnologias de comunicação e informação no mundo, evidenciando a improficuidade das emissões em Onda Curta da RDPi face às novas tendências de comunicação desta aldeia global em que vivemos... Aos restantes, apelo que mostrem a vossa "gratidão" à RTP pelo "excelente" serviço público oferecido com a supressão, perdão, suspensão das transmissões em OC...

sexta-feira, abril 22, 2011

Média Capital aposta no jazz: Smooth FM

A Média Capital está a estudar o lançamento de uma nova estação de música que apostará no jazz, conforme noticia o "Económico". A nova rádio deverá emitir nos 101,1 MHz Moita e 89,5 MHz Matosinhos, substituindo a Best Rock FM. A ERC ainda se encontra a estudar o processo de alteração do projecto aprovado para as frequências em causa, esperando-se uma decisão final para breve.

sexta-feira, abril 15, 2011

Rádio Comercial tem nova frequência:

Segundo vários relatos colocados num tópico do "Fórum Ondas da Rádio", a Rádio Comercial encontra-se a emitir na frequência 98,5 MHz na região da Grande Lisboa, sendo escutada em boas condições em Janas, Praia das Maçãs, Praia Grande, mas também na região de Oeiras. A cobertura do emissor leva a crer que o emissor estará na região de Sintra, provavelmente na Serra de Sintra, onde a RTP já tem emissores para as três antenas nacionais (Janas) e o grupo R/COM já tem emissor para a RR/RFM.

Aparentemente, o emissor encontra-se a operar a título experimental, sob autorização da ANACOM. A confirmar-se esta situação, a Rádio Comercial reconheceu, finalmente, que existem zonas do país onde a estação não é escutada nas melhores condições, tendo menos emissores que as rádios nacionais da RTP e  R/Com.
Uma guerra de audiências perfeitamente escusada...

Que as rádios locais procuram conquistar audiência, de forma a rentabilizarem os próprios projectos radiofónicos, já sabemos. Mas quando a realidade objectiva das estatísticas dá o mote para uma guerra de números entre as estações, a salutar convivência entre os operadores de radiodifusão local é posta em causa.

Um triste exemplo desta situação é a troca de argumentos entre a Rádio Elvas e a Rádio Portalegre, que resultou do úlltimo Bareme Rádio da Marktest. As duas estações do distrito de Portalegre têm colocado nos respectivos sites comunicados onde ambas afirmam ser a rádio mais ouvida dos distritos de Portalegre e Évora. A Rádio Elvas afirma ser a estação mais ouvida dos distritos de Portalegre e Évora, de acordo com a última sondagem da Marktest, ao passo que a estação portalegrense retorquiu, alegando que a emissora elvense "forjou" os resultados do Bareme.

Esta guerra não começa com as audiências do primeiro trimestre de 2011, mas remonta ao mês de Fevereiro quando, na sequência das audiências do último período de 2011, a Rádio Portalegre foi a estação local mais ouvida no distrito, ao passo que Rádio Elvas ficou em última posição no Bareme.

Para quem assiste de fora, as trocas de acusações entre as duas rádios mais parecem uma "guerra de comadres" tão lastimável quanto ridícula. Todas as estações de rádio deviam aprender a marcar a diferença pela positiva, defendendo a sua posição conquistando o seu público alvo, sem atacar gratuitamente as concorrentes. Afinal,  o conceito de "fair play", tão usado no meio desportivo, pode e deve ser aplicado em todos os domínios da sociedade, onde os meios de comunicação social não devem ser excepção.

Criar conflitos desnecessários tem o efeito colateral de colocar em causa a credibilidade e o respeito pelos envolvidos, pelo que, a bem das rádios. dos ouvintes, dos anunciantes e de todas as pessoas envolvidas directa ou indirectamente nas estações, seria desejável que as duas rádios norte-alentejanas tivessem a coragem de poupar os ouvintes e cibernautas a um deplorável espectáculo revestido de comédia portuguesa.

Afinal, com estas atitudes, ambas ficam mal na fotografia. Por muita razão que possam ter, perdem-na a partir do momento que baixam o nível da discussão. Dá vontade de citar uma conhecida personagem da televisão portuguesa imortalizada por Herman José: «não havia necessidade...
"Suspender temporariamente" a RDPi em Onda Curta?!


Não será apenas uma notícia triste para os entusiastas da rádio e DXistas, mas, sobretudo, também para a comunidade lusófona espalhada pelo Mundo e que pode colocar em causa o direito ao acesso à emissora internacional de referência na Língua Portuguesa:

Numa atitude no mínimo lamentável, a RTP entendeu requerer ao Governo a "suspensão temporária" das emissões em Onda Curta da RDPi. A rádio pública justifica esta deplorável decisão com os custos da manutenção do serviço em Onda Curta e as baixas audiências neste modo de transmissão. A RTP alega, entre outros argumentos, que «as estações de Onda Curta estão velhas e a precisar de substituição». Equipamentos velhos... com apenas 5 anos de utilização?! Com emissores Thales de 300 kW e antenas de cortina adquiridas em 2005? Resta saber se o conceito de "suspensão temporária" não passa a significar"suspensão definitiva", pesando os custos do serviço.

Apesar da RDPi não ser a única estação pública portuguesa acessível  por via hertziana em África, já que a RDP África é servida em frequência modulada (FM) em Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, a cobertura destes países africanos não é universal, centrando-se nos principais centros populacionais. Além disso, o serviço público prestado pela RDP África concentra-se numa perspectiva maioritariamente regional (africana), não havendo grande divulgação da cultura portuguesa em antena. Exceptua-se a retransmissão da Antena 1 no período nocturno. Com todo o respeito pelas populações dos PALOP, seria interessante que a RDP África integrasse na sua programação mais conteúdos de divulgação da cultura e língua portuguesas, que transcendessem o âmbito africano, abrangendo não só Portugal, como o Brasil, Macau, Timor-Leste e todos os recantos do mundo onde se fala português.

Aliás, (com todo o respeito pela cultura africana), defendo que seria uma boa ideia a RTP fundir a RDP África com a RDPi, mantendo programação regional nas emissões para África, mas transmitindo os restantes programas em simultâneo com a RDPi. Com uma empresa pública de rádio e televisão endividada e em falência técnica, esta opção, a par da fusão da RTPi com a RTP África contribuiriam para a redução das despesa da rádio e televisão públicas, sem prejuízo significativo da prestação do serviço público.


Mesmo considerando o serviço público prestado pela RDP África, um dos casos mais flagrantes de dificuldades acrescidas no acesso à rádio internacional portuguesa será o de países como Angola e África do Sul, onde existe uma considerável comunidade lusófona (e, em particular, portuguesa) mas onde não haverá alternativas à Onda Curta a não ser o recurso ao satélite e Internet, o que pode implicar dificuldades técnicas a muitos ouvintes: a acreditar numa resposta a uma questão colocada no sítio da revista "TeleSatélite", a RTPi, bem como a RDPi poderão ser acedidas em Angola recorrendo a uma antena parabólica de, pelo menos, 3,5 metros de diâmetro(!).

Aliás, a própria RTP admite que essa situação ao colocar  na página Internet da RDPi que «(...) Se está na Europa ou na América do Norte, Hawai ou América do Sul poderá captar a RDPi com uma antena parabólica de pequenas dimensões, um receptor digital e um televisor. Se, pelo contrário, se encontra em África, ou na Ásia e Oceânia terá que recorrer a uma antena parabólica de grandes dimensões (cerca de 3 metros) dado que estas transmissões são especialmente destinadas a retransmissões profissionais. (...)». Ora, não obstante existirem situações em que tal poderá não ser entrave ao acesso aos meios de comunicação internacionais da RTP, existem invariavelmente casos em que a instalação de uma antena parabólica com mais de 3 metros se torna impraticável, mormente por razões legais ou de espaço físico (ex: prédios). Tal situação pode comprometer a audição da RDPi por parte de alguns ouvintes. Não havendo RDP África em FM, muito menos RDPi por via hertziana convencional, os ouvintes ficam sem alternativas ao satélite.

Por outro lado, o acesso à Internet também não será fácil para alguns ouvintes radicados em várias regiões do Mundo, mormente em África: se na generalidade da Europa e América do Norte o acesso à rede mundial está praticamente assegurado em qualquer sítio, com velocidades de acesso confortáveis e uma qualidade de serviço boa,  o mesmo certamente não ocorrerá em pleno coração de África, onde o acesso é caro e lento, havendo zonas onde a melhor hipótese será recorrer á Internet via satélite, já que não existem ligações telefónicas em banda larga que assegurem um serviço Internet com boas condições técnicas e a preços mais acessíveis.

Ouvir RDPi no centro de Paris, Nova Iorque ou Tóquio através de um computador portátil com uma ligação à Internet não é mesma coisa que ouvir a emissora internacional portuguesa numa cidade africana  onde não existem ainda condições tecnológicas que assegurem o acesso generalizado à rede mundial de computadores, comprometendo a ligação dos portugueses e lusófonos em geral à informação, à cultura, ao entretenimento, ao desporto e à defesa das tradições portuguesas que são difundidas para todo o mundo através da RDP Internacional. O mesmo certamente se aplica noutros continentes, em países onde o acesso às novas tecnologias é escasso e caro. Em certos casos, aliás, tal acesso chega a ser praticamente impossível devido a questões legais. Exemplos flagrantes: Cuba, Irão, China, entre outros países que podem restringir o acesso à RDPi por razões políticas, tal como fazem com outros sítios Internet e meios de comunicação internacionais.


Com limitações técnicas inerentes à recepção satélite e com dificuldades no acesso à Internet, existem certamente ouvintes que ficarão privados da audição da RDPi, já que apenas podem recorrer à Onda Curta. Uma situação particular e bem conhecida na Europa será a dos camionistas portugueses que viajam pela Europa em camiões onde não há antena parabólica... e onde poderão não ter acesso à Internet em todos os países e regiões por onde desempenham a sua profissão. Consequentemente, poderão não conseguir acompanhar a actualidade portuguesa enquanto viajam pelas estradas. Aliás, a própria RDPi tem programação vocacionada para este segmento de ouvintes que deixará de fazer sentido a partir do momento em que deixam de poder ouvir a RDPi nos seus camiões, recorrendo a receptores de Onda Curta.

Contrariamente à Internet e à recepção via satélite, para se ouvir emissões em Onda Curta basta ter um pequeno receptor ligado a uma antena, que até poderá ser um simples fio eléctrico: as características de emissão em HF permitem a recepção de sinais mesmo em locais onde a recepção satélite, por força de constrangimentos legais e/ou técnicos não é opção e onde os ouvintes não têm Internet. Volto a insistir: a inexistência de alternativas por via hertziana que assegurem a recepção da RDPi vai privar alguns ouvintes de acompanharem a emissora internacional que divulga a  Língua de Camões pelos quatro cantos do Mundo!

Que terá a RDP a dizer a esses ouvintes?!

Redução de custos? Sim, com ou sem FMI. Supressão de gastos supérfluos? Sim! Mas que não comprometa o acesso ao serviço internacional de rádio disponibilizado à vasta comunidade de emigrantes portugueses e lusófonos em geral espalhados pelo Mundo! Com a 6.ª/7ª  língua com mais falantes nativos do mundo, Portugal pode e deve marcar a sua posição na radiodifusão internacional, promovendo e defendendo a língua honrada por nomes como Luís de Camões e Fernando Pessoa!


 **Este texto não foi escrito ao abrigo do "Acordo" Ortográfico**

quarta-feira, abril 13, 2011

Rádio Energia regressa ao éter... por 3 dias:

A Rádio Energia vai regressar ao éter, numa emissão especial comemorativa dos 20 anos sobre a fundação da NRJ- Rádio Energia. A mítica estação, que operou entre 1991 e 1997, operava nos 92,4 MHz Lisboa, 90,0 MHz Porto e 98,4 MHz Coimbra, além de ser retransmitida por várias rádios locais. De referir que o projecto começou por designar-se por "NRJ-Rádio Energia", designação que foi alterada em 1996 para "FM Radical". A estação terminou em 1997, cedendo o seu lugar a outras estações.

20 anos volvidos sobre o lançamento desta rádio jovem, alguns dos profissionais que passaram pela Rádio Energia vão realizar uma emissão especial nos 105,4 MHz Cascais, que por três dias (entre a próxima sexta-feira e o domingo), recordará o espírito da Rádio Energia. A emissão pode ser escutada entre as 7h00 da próxima 6.ª, 15/04 e as 0h00 de domingo, dia 17, não só na frequência de Cascais, como também no endereço http://www.myway.pt/#/artista/nrj .

sábado, março 26, 2011

RDPi - Rádio Portugal - Emissões em Onda Curta/ HF - período A11 (a partir do dia 27 de Março) :


UTC - QRG (kHz) - banda (m) - kW - Azimute (º)


Segunda a sexta-feira:



EUROPA

05.00 – 08.00 - 7 240 kHz - 41m - 300 kW - 45º
06.45 – 08.00 - 11 850 kHz - 25m - 250 kW - 55º - via Sines
08.00 – 12.00 - 12 020 kHz- 25m - 300 kW- 45º
16.00 – 18.54 - 11 905 kHz - 25m - 300 kW - 45º
19.00 – 23.00* - 9 820 kHz - 31m - 300 kW – 45º


ÁFRICA (S. Tomé e Príncipe/ Angola / Moçambique)

05.00 – 07.00 - 12 060 kHz - 25m - 300 kW - 144º
07.00 – 10.00 - 15 160 kHz - 19m - 300 kW - 144º
10.00 – 12.00 - 15 180 kHz - 19m - 300 kW - 144º

AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ)

19.00 – 20.00* - 15 560 kHz - 19m - 300 kW - 300º
20.00 – 23.00* - 13 755 kHz - 22m - 300 kW - 300º
23.00 – 02.00 - 9 715 kHz - 31m - 300 kW - 300º

VENEZUELA

13.00 – 15.54 - 17 575 kHz - 16m - 100 kW - 261,5º

BRASIL / CABO VERDE / GUINÉ BISSAU

13.00 – 19.00 - 21 655 kHz - 13m - 300 kW - 226º


BRASIL

23.00 – 02.00 - 11 940 kHz - 25m - 300 kW - 226º



Sábados e domingos:

EUROPA

07.00 – 14.00 - 12 020 kHz - 25m - 300 kW - 45º
08.30 – 10.00 - 11 995 kHz(DRM) - 25m - 90 kW - 45º - via Sines
14.00 – 19.00 - 11 905 kHz - 25m - 300 kW - 45º
19.00 – 20.00 - 9 820 kHz - 31m - 300 kW - 45º

20.00 – 23.00* - 9 820 kHz - 31m - 300 kW - 45º


AFRICA (S. Tomé e Príncipe/ Angola / Moçambique)

07.00 – 10.00 - 15 160 kHz - 19m - 300 kW - 144º
10.00 – 13.54 - 15 180 kHz - 19m - 300 kW - 144º


AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ)

14.00 – 20.00 - 15 560 kHz - 19m - 300 kW - 300º


20.00 – 23.00* - 13 755 kHz - 22m - 300 kW - 300º


(*)- emissões extraordinárias

(DRM)- transmissão em modo digital DRM,  via Pro-Funk GmbH /DW (Sines, Portugal)

sexta-feira, março 25, 2011

Rádio Hertz (98,0 MHz Tomar  - distrito de Santarém) tem nova frequência (microcobertura):

A Rádio Hertz tem uma nova frequência (microcobertura). Além da frequência principal, 98,0 MHz, a rádio local nabantina emite agora também nos 91,9 MHz. Para já, desconhece-se a cobertura e a localização da nova frequência.
Rádio SWtmn - 100,8 Almada (Lisboa) e 102,7 MHz Gondomar (Porto):

Como prometido, a Rádio SWtmn já está no ar nos 100,8 Almada e 102,7 MHz Gondomar. A nova estação de rádio patrocinada pela TMN promete ter programação alternativa, servindo o público jovem das áreas urbanas de Lisboa e Porto. A SWtmn pode ser escutada não só no FM, mas também em todo o mundo através de "stream" online disponível no site oficial da estação.