quinta-feira, janeiro 25, 2018

Nuno Artur Santos sai da administração da RTP

Não tenho por prática comentar mudanças nas administrações dos operadores radiofónicos (e, neste caso, televisivo), todavia, neste caso, por se tratar da RTP, prestador do serviço público de rádio e televisão, abro uma excepção.

O administrador da RTP com o pelouro dos conteúdos, Nuno Artur Silva, vai abandonar o cargo. Tal situação não seria uma notícia muito relevante, não fosse a ligação do visado à empresa "Produções Fictícias", detentora do canal de televisão "Q". Não bastasse esta relação, acrescente-se a compra, por parte da RTP (há uns anos), de várias séries realizadas pelas PF.

Sendo evidente o conflito de interesses resultante da manutenção, na RTP, de um administrador com fortes ligações a uma produtora (participação económica), que por sinal tem um canal de televisão disponível nos operadores de TV paga, vejo, a título pessoal, a saída do Nuno Silva como uma inevitabilidade. Os cidadãos contribuintes e consumidores de electricidade exigem que uma empresa estatal como a RTP tenha, na sua administração e demais órgãos, pessoas isentas da mínima suspeita derivada da sua relação com empresas com as quais a RTP tenha (ou teve) relações comerciais. Como cidadão, ouvinte de rádio e, por vezes, telespectador, espero que a sucessão no quadro administrativo da RTP decorra sem problemas e com as pessoas certas (sem uma réstia de suspeição) no lugar certo, assegurando uma boa gestão da empresa durante os próximos anos.

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