O administrador da RTP com o pelouro dos conteúdos, Nuno Artur Silva, vai abandonar o cargo. Tal situação não seria uma notícia muito relevante, não fosse a ligação do visado à empresa "Produções Fictícias", detentora do canal de televisão "Q". Não bastasse esta relação, acrescente-se a compra, por parte da RTP (há uns anos), de várias séries realizadas pelas PF.
Sendo evidente o conflito de interesses resultante da manutenção, na RTP, de um administrador com fortes ligações a uma produtora (participação económica), que por sinal tem um canal de televisão disponível nos operadores de TV paga, vejo, a título pessoal, a saída do Nuno Silva como uma inevitabilidade. Os cidadãos contribuintes e consumidores de electricidade exigem que uma empresa estatal como a RTP tenha, na sua administração e demais órgãos, pessoas isentas da mínima suspeita derivada da sua relação com empresas com as quais a RTP tenha (ou teve) relações comerciais. Como cidadão, ouvinte de rádio e, por vezes, telespectador, espero que a sucessão no quadro administrativo da RTP decorra sem problemas e com as pessoas certas (sem uma réstia de suspeição) no lugar certo, assegurando uma boa gestão da empresa durante os próximos anos.
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