Esta é uma questão antiga mas que merece ser abordada neste blogue. Durante muitos anos, as únicas rádios ditas nacionais que se escutavam nos arquipélagos eram as rádios públicas (e mesmo assim a Antena 3 só chegou ao FM açoriano há dez anos). Poucos meses depois, foi a vez da Rádio Renascença e da RFM "ganharem" um emissor na ilha de São Miguel e outro na ilha da Madeira.
Entretanto, a Rádio Comercial continua a ser uma "rádio nacional excepto Madeira e Açores" em vez de ser uma estação nacional sem aspas, sem asteriscos. Literalmente nacional de Norte a Sul do continente e nas regiões autónomas. O precedente foi aberto: a Rádio Renascença e a RFM são rádios nacionais detidas por um grupo privado (com interesses religiosos mas não deixa de constituir um operador radiofónico com duas rádios nacionais e algumas locais (alguns emissores da Rádio Sim e da Mega Hits)), autorizadas a emitir nos arquipélagos.
Não está em causa o gosto pessoal de cada um, se gostamos muito ou gostamos pouco da estação da MCR; aos olhos da lei todos os operadores radiofónicos privados com cobertura nacional devem estar em igualdade de circunstâncias. Se existem obstáculos legais à colocação de emissores da Rádio Comercial na Madeira e nos Açores então que o governo e a ANACOM queiram desbloquear esta situação. Não me parece tecnicamente inviável encontrar uma frequência livre no Pico da Barrosa (ilha de São Miguel) e outra na ilha da Madeira, no mínimo. A solução mais razoável seria um emissor na ilha de São Miguel, que servisse o grupo Oriental dos Açores, um emissor na ilha Terceira que chegasse a várias zonas do Grupo Central e um emissor na ilha da Madeira que cobrisse grande parte da ilha. Senhor Primeiro-Ministro, senhoras e senhores governantes, senhoras e senhores da ANACOM, queiram mostrar aos açorianos e madeirenses que as populações insulares têm tanto direito ao acesso às rádios de cobertura nacional quanto as continentais. Portugal é Portugal, incluindo as ilhas!
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