segunda-feira, maio 25, 2020

A história do arquitecto que morreu... que afinal não morreu!

Se alguém precisa de um bom exemplo do pior que se pode fazer no jornalismo, o jornal online (e rádio) "Observador" noticiou, na passada manhã, a morte do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, aos 98 anos. A notícia foi reproduzida por outros órgãos de comunicação social, incluindo a Rádio Comercial.

Algum tempo depois, o  próprio "Observador" foi obrigado a desmentir a notícia, justificando-se com o argumento de que teve origem num contacto com um amigo próximo ao arquitecto.

Se há regra a seguir sempre no jornalismo, é a que diz que uma informação delicada, como a morte de uma pessoa conhecida, deve ser devidamente confirmada antes de constituir notícia. Foi o "Observador" quem errou, todavia eu manteria tudo o que disse se fosse qualquer outro meio de comunicação a fazer tamanho desconchavo. Pouco importa se se trata de uma publicação conotada com a direita ou a esquerda política, pouco importa se é um jornal nacional ou local, o âmago da questão permanece: não somente atentaram contra a dignidade do visado, como também faltaram ao respeito à família e aos amigos de Gonçalo Ribeiro Telles. Em três palavras: não se faz. Seja num jornal online com uma estação de rádio, seja num jornal sem rádio, seja numa rádio ou até na televisão, um jornalista deve ter muito cuidado com o que vai dizer ou escrever, sobretudo quando num tema eticamente sensível como é o caso da morte humana.

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