Apesar dos esforços por parte dos técnicos da MCR no sentido de melhorar as condições de recepção das rádios, há três situações, que, na minha óptica, cuja resolução deveria ser prioritária para a nova administração. A saber:
1) 89,5 MHz Matosinhos: É certo que o emissor da Smooth FM terá sido deslocalizado devido a obras no edifício onde se situava a torre de emissão; contudo já se verificou que a nova localização não oferece as melhores condições para a propagação do sinal dentro do concelho de Matosinhos e alguns dos concelhos próximos. A equipa técnica da Bauer Portugal terá o desafio de reestabelecer as condições de emissão da rádio que toca smooth jazz, soul e outros géneros.
2) Reforço da rede nacional de emissores da Rádio Comercial:
Não obstante os investimentos realizados pela MCR, a Rádio Comercial continua a não fazer-se ouvir nas melhores condições no Vale do Côa, na cidade de Setúbal, entre outras regiões. A Bauer deveria investir num emissor na Serra da Marofa ou, se a ANACOM considerar que tal não é viável devido à saturação do espectro, instalá-lo noutra localização que sirva Vila Nova de Foz Côa e Figueira de Castelo Rodrigo.
Também deveria ser instalada uma microcobertura para a cidade de Setúbal, quiçá em Tróia, à semelhança do que fez a RDP/actual RTP. Outro emissor importante seria o de Almada, no intuito de melhorar as condições de escuta na zona ribeirinha de Lisboa e na costa até Cascais - não é apenas por razões históricas que a RTP mantém o centro emissor da Banática.
Aproveitando a "prata da casa", uma vez que já irradia a Cidade FM Alentejo, a RR e a RFM da mesma torre, a Bauer deveria colocar em funcionamento na Serra de Ossa uma frequência da Rádio Comercial, aumentando o conforto de escuta da estação nos concelhos de Redondo, Estremoz, na cidade de Évora e nalgumas pontos do concelho de Arraiolos. Seria também importante instalar um emissor na cidade de Castelo Branco, já que a emissão da Gardunha tem falhas de sinal nalgumas zonas da mesma.
Outras zonas problemáticas que deveriam merecer a atenção da Bauer são os casos de Manteigas, de Alcoutim, entre outras sedes de concelho onde o sinal da Rádio Comercial é praticamente nulo.
Tão ou até mais grave do que as situações anteriores, a Rádio Comercial continua a ter sinal zero nos arquipélagos da Madeira e dos Açores! Urge seguir o exemplo da Rádio Renascença e colocar pelo menos um centro emissor na Madeira e outro nos Açores.
3) Reforço da cobertura da M80 no Sul do país:
Apesar de ter uma rede regional, a M80 continua a ter falhas de cobertura de sinal nalgumas zonas do Sul do continente. A rádio das músicas das décadas passadas merece emissores em Sintra, Elvas, Mértola, além de, como referi no ponto anterior, Setúbal, Almada e na Serra de Ossa.
Dir-me-ão que não é pouca coisa. E têm razão! Mas acredito que, se a Bauer solucionasse metade dos problemas de recepção descritos, transmitia a imagem... perdão, transmitia o som modulado em frequência, estéreo e com dados RDS, de que todos os ouvintes merecem ouvir as rádios, nomeadamente a Comercial porque é uma rádio com cobertura nacional, do Minho ao Algarve, ouvindo-se do litoral ao interior (e, mais uma vez, tal deveria ser também nas ilhas) nas melhores condições possíveis.
1 comentário:
Gostei muito da análise feita. No entanto, parece-me ser oportuno que a BAUER deveria aproveitar o momento para fomentar a rádio digital, tornando-se numa espécie de timoneiro desta tecnologia. Poderia reequacionar as redes, dando cobertura nacional às que a não têm (exemplo M80).
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