Sem honra nem glória e quase a chegar aos 35 anos de vida- é a forma como a Rádio Renascença decidiu encerrar os estúdios de Évora, que ocupavam um espaço cedido pela arquidiocese. Inaugurado no dia 20 de Abril de 1985, muito por conta da influência do então Arcebispo de Évora D. Maurílio Gouveia, o estúdio regional da então "Voz do Alentejo" da Rádio Renascença, que operava na Onda Média (927 kHz) sobreviveu ao encerramento das vozes regionais e subsequente lançamento da Rádio Sim, sobreviveu ao desligamento do emissor de Onda Média (passando a produzir os programas da Rádio Sim Alentejo (97,5 MHz Portel), mas não sobreviveu à descontinuação da Rádio Sim e à política pouco católica de cortes cegos na estrutura da rádio.
Em pouco tempo, as arquidioceses de Braga e Évora vêem a emissora católica(?) portuguesa conduzi-as à quase irrelevância. Sim, se fosse outra rádio privada qualquer, seria uma decisão económica; contudo, uma estação que se diz cristã tem obrigações religiosas e morais acrescidas. Reduzir a Rádio Renascença a uma rádio de Lisboa com estúdios também em Gaia e transformar a Rádio Sim numa estação em piloto automático, sem alma, são atitudes que não respeitam os ouvintes que gostariam de voltar a ter informação regional e espaços de actualidade religiosa de cada arquidiocese.
Saudades da extinta "Voz do Alentejo". Podia ter o som roufenho da Onda Média, todavia, mais do que uma estação religiosa, era uma rádio regional com vários espaços interessantes. Infelizmente, à semelhança das demais vozes regionais, a programação realizada a partir de Évora foi, ao longo dos anos, sendo reduzida à expressão mínima - e nem a chegada da Rádio Sim e o início das emissões locais na frequência de Portel devolveu a importância que os estúdios de Évora tiveram noutros tempos. Pelos vistos, o futuro do emissor de Portel vai passar por ser um mero retransmissor de um canal da Renascença emitido de um estúdio em Lisboa, longe da realidade alentejana.
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