Permitam-me, no entanto que, sem menosprezo pelos outros profissionais das rádios, destaque aqueles de que ninguém fala. Pessoas cujas vozes não são conhecidas dos ouvintes mas que são essenciais para que uma rádio funcione nas melhores condições técnicas possíveis e possa corrigir rapidamente qualquer anomalia na emissão. Refiro-me, naturalmente, aos técnicos que, por estes dias, trabalham horas e horas para que as rádios "mostrem", sob a forma de som, o que tem acontecido na Jornada Mundial da Juventude.
São pessoas que ninguém conhece mas cujo trabalho se reflecte no que os ouvidos de quem sintoniza as rádios escutam. Gente que acorda às 2 ou às 3 horas da manhã para acompanhar a visita do Sumo Pontífice a Fátima, saindo de Lisboa para estar de manhã bem cedo em Fátima, regressando mais tarde à capital portuguesa para assegurar que o trabalho dos jornalistas e dos outros profissionais da estação decorre da melhor forma possível.
Nunca é fácil, imagino eu, ser técnico de rádio. Mas numa semana de grande azáfama, em que Lisboa acolhe inúmeros peregrinos e o Papa se desloca para vários eventos dentro do grande evento que é a JMJ, ser técnico numa estação de rádio é aceitar um trabalho de grande responsabilidade. Certo é que todos os profissionais das rádios, e na palavra "todos" incluo não só os técnicos como também os jornalistas e outros trabalhadores essenciais, têm estado a trabalhar incansavelmente, quase sem parar nos últimos dias, para acompanhar o que acontece na JMJ. Depois de tantos dias de tanta dedicação à causa de transmitir, através das ondas de rádio, o que o Papa diz e para onde vai, e o que os peregrinos, os voluntários e outras pessoas dizem ou fazem, há muita gente que merece umas boas férias para recuperar forças.
A Jornada Mundial da Juventude é o maior evento inédito alguma vez feito em Portugal, porquanto nem a Expo 98 , nem o Euro 2004, foram eventos que juntaram tantas pessoas no mesmo local e no mesmo dia. Acredito que o número de 1,5 milhões de pessoas no Parque Tejo impressiona até muitos crentes de outras religiões e até algumas pessoas não crentes. E as rádios tiveram a capacidade de descrever verbalmente o que os olhos dos ouvintes não podem ver porque no receptor de rádio não há imagem como na televisão. Como ouvinte, tenho a dizer a todos os que estiveram - e ainda estão - horas e horas, dias e dias a trabalhar para as rádios nestes dias agitados em Lisboa: muito obrigado pelo vosso trabalho!
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