sexta-feira, maio 23, 2014

Rádio Horizonte Tejo transforma-se na Cadena Ser... por umas horas

Por ocasião do final da Liga dos Campeões da UEFA, que levará, literalmente, largos milhares de espanhóis à capital portuguesa para defender as cores do Real Madrid ou do Atlético de Madrid, a Rádio Horizonte Tejo (92,8 MHz Loures) suspenderá por umas horas a sua programação habitual para servir de retransmissor da Cadena SER espanhola. Assim, a partir das 12h00 deste sábado, dia 24 de Maio, a estação lourense transmitirá a programação da conhecida estação castelhana.

Registe-se a situação curiosa que é constatada pelo facto de, apesar da PRISA (proprietário da Cadena SER) ser accionista da Média Capital Rádios, a estação não utilizar o sinal de nenhuma das estações da MCR com emissor na capital portuguesa (M80 Rádio, Smooth FM ou Cidade FM) para servir os milhares de adeptos das equipas madrilenas.

sábado, maio 10, 2014

Mundo da Rádio: 10 anos a marcar a realidade radiofónica!

Se a rádio foi sempre uma das minhas paixões, a emergência da Internet veio-me (e as outros entusiastas das ondas hertzianas) facilitar os contactos. Foi com a Internet que comecei a frequentar alguns sítios, quase todos já desaparecidos, onde a rádio em Portugal e no mundo era abordada não só pelos profissionais da área como por simples ouvintes  que gostavam de discutir a realidade radiofónica em grupos de discussão e fóruns online. Era o tempo da saudosa "Telefonia Virtual" e de diversos grupos de correio electrónico com uma participação razoável de utilizadores unidos pela rádio.

Com o passar dos anos, o aumento do número de utilizadores levou também, infelizmente, à degradação da qualidade desses serviços, motivada por pessoas que não sabem respeitar as mais elementares regras de convivência e educação entre os utilizadores da Internet. Também a extinção de alguns desses sítios, levou à perda de informação muito relevante sobre a rádio em Portugal, não obstante uma parte razoável do espólio poder ser recuperada a partir do Internet Archive Wayback Machine.

É neste enquadramento que, no início de Maio de 2004, ganhei coragem e criei o blogue "Mundo da Rádio" e desenvolvi um pequeno sitio Web no agora extinto Yahoo! Geocities, aproveitando também a conta neste último serviço (Yahoo!)  para criar um grupo de discussão sobre rádio.

Se nos primeiros tempos o número de visitas era residual, o "Mundo da Rádio" foi paulatinamente crescendo não só em qualidade e quantidade de informação como em popularidade. Sendo certo que outros sítios insistiam em discutir assuntos banais que diziam respeito às rádios, o "Mundo da Rádio" sempre quis destacar-se pela vertente técnica da radiodifusão que era praticamente ignorada pela comunidade online de entusiastas deste meio de comunicação social.

Queríamos ser um espaço alternativo onde as pessoas pudessem aprender mais  alguma coisa verdadeiramente interessante a respeito das tecnologias utilizadas no complexo processo que "leva" a voz do locutor do ar para o microfone, do microfone para o sistema de processamento de som, do sinal áudio processado para  o emissor, do emissor para o éter, do éter para a antena do receptor, da antena até ao altifalante e daí até aos ouvidos de quem escuta a emissão. O objectivo do "Mundo da Rádio" será, então, "juntar o melhor de dois mundos": a actualidade radiofónica aliada às questões técnicas.

A verdade, confesso, é que a adesão por parte dos interessados foi relativamente lenta, mas superou as minhas expectativas iniciais. A importância do sítio também se reflectiu num aumento significativo do número de mensagens electrónicas recebidas com questões técnicas ou legais subordinadas à actividade da radiodifusão sonora. É esse, perdoem--me o anglicismo, "feedback" que me incentiva a manter e a melhorar este projecto.

Não obstante ajudar muita gente, tenho de admitir com sincera modéstia que também tenho aprendido muito nesta comunidade. Da discussão nasce a luz e esta  torna-se cada vez mais forte à medida que os intervenientes colaboram no sentido de elevar o nível intelectual do debate de ideias e conhecimentos, ficando todos a ganhar. Sem  o apoio dos utilizadores, diria colaboradores habituais do "Mundo da Rádio", provavelmente não teria alento para manter este sítio.

Ao longo de 10 anos muita coisa evoluiu tecnologicamente. Todavia, a minha convicção nunca foi abalada: a rádio teve passado, tem presente e decerto  terá futuro, assim os operadores saibam aproveitar as mudanças na tecnologia e na sociedade  para melhorar os conteúdos oferecidos pelas estações de rádio.

A todos os colaboradores, utilizadores regulares e visitantes do sítio "Mundo da Rádio" ocorre-me exclamar: Muito Obrigado! Sem a preciosa ajuda de todos, não teria sido possível chegar até aqui.

Ainda há muito por fazer, por isso conto com todos para fazer prosperar ainda mais este sítio nos próximos anos!

sábado, abril 26, 2014

Centenário da rádio em Portugal, 25 de Abril e Antena 3: três dias, três efemérides

Facto raro na história da Rádio em Portugal: comemora-se, em três dias consecutivos, três datas históricas da radiodifusão em Portugal.

Começando no dia 24 de Abril, comemorou-se o centenário do que é considerado o primeiro programa de rádio produzido em Portugal. No mesmo dia, mas em 1914, Fernando Cardelho de Medeiros realizou  o primeiro programa de telefonia sem fios, recorrendo a um gramofone de campânula emprestado e um microfone.

Avançando um dia, mas em 1974, o 25 de Abril trouxe, entre outras conquistas, a liberdade de expressão e a verdadeira liberdade de programação nas rádios. A própria Revolução deve muito à existência da rádio. Como referência histórica, deixo a hiperligação para uma gravação dos Estúdios Alfabeta dos Emissores Associados de Lisboa, às 22h55 do dia 24 de Abril de 1974,  quando o locutor de serviço, João Paulo Diniz, passou a primeira senha do golpe militar que se seguia: o tema "E Depois do Adeus, do Paulo de Carvalho".

Certamente não tão marcante quanto os dois eventos anteriores, hoje, dia 26 de Abril, celebra-se o 20º aniversário da Antena 3. Independentemente dos gostos musicais de cada pessoa, há que reconhecer que a 3 promove a música portuguesa, não apenas os artistas pop mainstream, mas também muita música de cariz mais alternativo por cá produzida. Também a produção da "Prova Oral", programa único no contexto do panorama das rádios nacionais em Portugal é um verdadeiro exemplo de serviço público de rádio.

sábado, abril 12, 2014

Rádio Sim: Assim, Não! Canal sénior da r/com não tuge nem Muge...

... nem Vila Real, nem Bragança, nem Guarda.

Esclarecendo melhor: para poupar Coimbra, a r/com achou por bem suspender os emissores de Onda Média nas cidades Bragança e Guarda (ambos nos 981 kHz 1 kW), além do principal emissor do país (Muge - 594 kHz), mantendo inactivos os emissores de Vila Real (também nos 981), Valongo, Viseu (ambos nos 1251) , Évora (927) e Braga (576 kHz).

Os leitores mais atentos do blogue "Mundo da Rádio" entenderão, decerto, as graves consequências desta decisão: a Rádio Sim deixa de se fazer ouvir em quase todo o território transmontano (à excepção da região de Chaves), bem como em grande parte do interior Norte e Centro. A Rádio Sim é quase que despromovida de rádio nacional a uma cadeia de emissores locais VHF-FM e uma mão cheia de emissores OM, que não serve capitais de distrito como Vila Real, Bragança, Guarda e, não fosse a notável pressão dos ouvintes, a terceira cidade do país, Coimbra.

Quem me conhece destes anos a comentar a actualidade radiofónica, no "Mundo da Rádio", mas também noutros sítios da Internet, sabe bem que, em diversas ocasiões, defendi a Rádio Renascença enquanto emissora católica mas generalista portuguesa consolidada ao longo de 77 anos. Não obstante, considero que será precisamente o peso da credibilidade, respeito e reputação conquistados por gerações de ouvintes que não deveria, à actual administração da r/com, permitir-se ao luxo de tomar decisões que prejudicam de uma forma impetuosa, para não dizer, quiçá chocante, os ouvintes. É que, com os cortes na Onda Média e um número relativamente reduzido de emissores VHF-FM, a rede de emissores da Rádio Sim aparenta ser, salvo no Alentejo e no litoral Norte, um conjunto aleatório de emissores que apresenta graves deficiências de cobertura a nível nacional.

Nas actuais circunstâncias, a Rádio Sim serve os distritos de Lisboa (cobertura parcial FM / boa cobertura OM ), Setúbal (FM), Évora (FM), Beja (cobertura parcial FM, Faro (OM), Santarém (FM - via Rio Maior ), Portalegre (cobertura parcial FM via Elvas), Castelo Branco (OM), Leiria (FM ), Coimbra (OM), Viseu (FM), Porto (FM), Braga (FM), Viana do Castelo (cobertura parcial FM) e Vila Real (cobertura parcial OM). Sem direito a escutar por via hertziana a Rádio Sim (ou escutando com muita dificuldade), os ouvintes transmontanos (Vila Real e Bragança), bem como os demais na região de Aveiro, na Beira Alta (Guarda) e noutras zonas do país fora da área de alcance dos emissores do quarto canal da r/com, querem obrigar pessoas idosas, muitas a viverem com reformas baixas, a comprarem computadores ou tablets e, para cúmulo, subscrevem um serviço de Internet para poderem escutar a música do seu tempo e programas orientados para este público?! Ou será melhor obrigá-los a deixar de ouvir o Francisco José ou o Charles Aznavour e mandá-los (permitam-me a expressão juvenil em tom de ironia) curtir Rihanna ou Imagine Dragons na RFM?

O decoro subjacente à importância histórica da marca "Renascença" e, por maioria de razão, uma emissora que sempre defendeu determinados ideais e valores associados à Igreja Católica Apostólica Romana, exigiria que o encerramento de emissores OM estivesse circunscrito a regiões já servidas pela Rádio Sim, através de frequências VHF-FM. É, evidentemente, os casos de Setúbal, Leiria, Santarém, Porto, Braga, Évora e Viseu. Todavia, repito, não fosse a forte pressão de ouvintes e apoiantes desta causa e Coimbra seria o terceiro mercado radiofónico em Portugal... todavia, sem direito à sintonia da rádio das "músicas do seu tempo". Vou ser directo: se há que reduzir despesa, creio que existem formas mais inteligentes de cortar sem afectar de forma tão dramática os ouvintes. Se é para matar a Onda Média, façam o favor de a enterrar condignamente e de uma vez por todas!

Com rádios locais à deriva pelo país fora, não haverá uns "trocos" para a r/com adquirir uma ou outra frequência local, de modo a que o operador em causa possa retransmitir a Rádio Sim e, desta forma, colocar sinal nalgumas zonas do país sem cobertura? Ou o que terá a antiga província de Trás-os-Montes para não merecer escutar a Rádio Sim nas mesmas condições que os escalabitanos ouvem em Santarém? E por que razão os egitanienses não podem sintonizar de forma cristalina a Rádio Sim como os alentejanos? Os ouvintes, em última análise, a razão da existência da própria rádio, merecem muito mais! Perdoem-me a provocação histórica, os mesmos ouvintes que, provavelmente, contribuíram com a sua esmola nas igrejas , no final dos anos 70 e início dos idos anos 80, a favor da "campanha dos novos emissores", ironicamente os tais que são desligados ao fim de 30 anos e deixam os mesmos e outros ouvintes "pendurados". Para terminar e repetindo-me: respeito pelos ouvintes! Perdoem-me qualquer palavra mais inflamada, mas a frontalidade é uma das minhas qualidades.

sexta-feira, março 28, 2014

r/com recua e reactiva emissor de Coimbra da Rádio Sim

Graças à pressão de muitos ouvintes,  a administração da r/com teve o bom senso de se retractar,  devolvendo a Rádio Sim aos conimbricense.  De facto, o emissor de Coimbra  nos 981 kHz (Onda Média) foi hoje reactivado, operando a estação sénior da emissora católica portuguesa na potência máxima(10 kW).
Trata-se de uma decisão justa e sensata. Não fazia sentido nenhum cortar despesa de uma forma totalmente cega prejudicando seriamente um dos principais centros populacionais do país, onde o não funcionamento da Onda Média inviabilizava por completo (salvo escuta da emissão online) a sintonia da Rádio Sim. Se há que reduzir custos, tal processo deve ser feito de modo a minimizar prejuízos junto da população,  em particular junto de camadas da população mais desfavorecidas, como os idosos, dos quais uma grande fatia não tem possibilidade de ouvir a Rádio Sim sem recurso ao receptor de rádio. Poder-se-ia aceitar um eventual desligamento do emissor OM se,  porventura,  houvesse uma alternativa de escuta em VHF-FM que servisse de forma eficiente a cidade dos estudantes (e de muitos ouvintes séniores que se revêem no projecto da Rádio Sim. Entretanto, a cidade de Vila Real continua com o emissor em Onda Média do quarto canal da emissora católica portuguesa desligado...

sábado, março 22, 2014

Rádio Sim sem emissão em Coimbra e Vila Real: Assim, não!


De acordo com inúmeros relatos de ouvintes da região centro e de Trás-os-Montes, os emissores em Onda Média de Coimbra (10 kW) e Vila Real (1 kW) da Rádio Sim, ambos a operar nos 981 kHz, encontram-se, pelo menos desde o início da corrente semana, desligados.

Trata-se de facto, de uma situação gravíssima, atendendo ao facto de se tratarem de duas zonas do país sem alternativas viáveis de escuta em OM, muito menos em VHF-FM. Na verdade, grande parte da região centro está agora totalmente dependente do emissor de Muge (594 kHz), que se encontra a operar com uma potência (2,5 kW) demasiadamente reduzida para proporcionar uma qualidade de recepção adequada, em especial na capital banhada pelo Rio Mondego.

Uma fonte da estação tem justificado, na página da Rádio Sim no Facebook,  o não funcionamento dos dois emissores com uma «avaria grave». Receio, no entanto, que possa haver (ainda que não admitidos pela estação) outros motivos que não estritamente técnicos (leia-se, económicos) para este desligamento. Resta aguardar por desenvolvimentos.

Independentemente das razões que levam ao silenciamento da Onda Média, nas duas capitais de distrito mencionadas, da estação sénior integrada na emissora católica portuguesa, refira-se que, numa perspectiva lata, considerando toda a região Centro,  a Rádio Sim encontra-se, neste momento, a ser servida através das frequências VHF-FM de Leiria (95,1 MHz) e Viseu (106,4 MHz). Com a desactivação temporária do emissor OM de Viseu (1251 kHz), esta deixou de ser opção. Sem haver frequência VHF-FM alternativa entre Leiria e Viseu, Coimbra tornou-se uma das poucas capitais de distrito sem possibilidade de escuta da Rádio Sim (salvo recurso à emissão online).

  Já a situação de Vila Real, não é, de todo, muito melhor: o emissor de Onda Média mais próximo da capital transmontana será o de Chaves (1251 kHz), não havendo qualquer hipótese de recepção via VHF-FM! Recorde-se que, há pouco menos de um ano, a r/com desactivou, oficialmente a título temporário, não só o emissor OM de Viseu já mencionado (1251 kHz 10 kW), como os de Valongo (também nos 1251 kHz), Braga (576 kHz 10 kW) e Évora (927 kHz 1 kW). Todavia, ao contrário do que ocorre em Coimbra e Vila Real, o  desligamento dos emissores em causa foi minimizado mercê do funcionamento de emissores VHF-FM nas regiões afectadas. Considerando que Coimbra é a quarta capital de distrito com maior população, logo atrás de Lisboa, Porto e Braga, exigir-se-ia que a r/com encontrasse uma frequência VHF-FM local da região de Coimbra que assegurasse sinal da Rádio Sim na cidade dos estudantes (mas certamente também de muitos séniores ouvintes da estação). Que a morte da Onda Média não signifique o abandono dos ouvintes, em especial nas principais capitais de distrito do nosso Portugal!

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

13 de Fevereiro de 2014: Dia mundial da Rádio

Dia 13 de Fevereiro de 2014: mais um dia mundial em que a rádio é rainha. Mais do que somente um meio de comunicação, a rádio informa, entretém, alegra e entristece. Se tivesse de definir o conceito de rádio, diria que...

A rádio é notícia; para o bem e para o mal, rádio é política,  de Oliveira Salazar passando por Marcello Caetano, Movimento das Forças Armadas,  PREC, democracia, queda do avião onde Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa e outros pereceram; rádio é Mário Soares e Mota Pinto; rádio é CEE, incêndio no Chiado lisboeta, buzinão na Ponte 25 de Abril, Expo'98, Euro 2004. Rádio é Troika, austeridade e desespero. A rádio transmite esperança no futuro.

A rádio é uma revolução tecnológica no jornalismo: teve a fantástica inovação de trazer aos ouvintes as notícias em directo, em cima do acontecimento. Durante séculos, notícia de última hora significava ter de esperar dias pela próxima edição do jornal. Com a rádio, a notícia passou a ser divulgada no exacto momento em que se desenrola a acção.

A rádio permite o arranque de revoluções, a rádio constrói personalidades de vários quadrantes da sociedade. A rádio destrói ministros que se decidem por contar anedotas de humor negro aos microfones. A rádio descredibiliza políticos que se esquecem do microfone ligado. Mas a rádio também permite ganhar eleições, credibilizar instituições, lançar ondas de solidariedade e motivar pessoas.

A rádio é desporto: é pedaladas do Joaquim Agostinho, são os golos do Eusébio e do Cristiano Ronaldo; rádio é Rosa Mota, Carlos Lopes, Nelson Évora. Rádio são relatos imortais de Artur Agostinho a Jorge Perestrelo, a Nuno Matos. Rádio são medalhas olímpicas, taças da Liga dos Campeões, europeus e mundiais de futebol. Todavia, a rádio também revela ao mundo autênticas decepções  e até fraudes no desporto.

A rádio é música de A de ABBA até Z de ZZ Top. Rádio é fado da Amália. Rádio é A de Amália Rodrigues, B de Blind Zero, C de Carlos do Carmo, D de Deolinda,... até X de Xutos e Pontapés e X-Wife, Z de ZEM.

A rádio é cultura, é literatura, é arte, é religião, é humor, é debate, é entrevista, é opinião. Rádio é Martin Luther King e Nelson Mandela, rádio é Dalai Dama e José Ramos-Horta.

A rádio é Emissora Nacional, Radiodifusão Portuguesa, Rádio e Televisão de Portugal, Rádio Renascença, Rádio Clube Português, Emissores Associados de Lisboa, Emissores do Norte Reunidos... Rádio é RDP-Rádio Comercial, rádio são rádios locais, é Antena 3, Correio da Manhã Rádio, é TSF, Rádio Cidade e Rádio Nostalgia, é Super FM,  XFM e Rádio Capital. Rádio é Mega FM, Cidade FM, Foxx FM, Rádio Clube, Star FM. Rádio é M80, Rádio Sim, Smooth FM e muitas outras estações.

A rádio é BBC, Deutsche Welle, RFI, Voz da América, Rádio Moscovo / Voz da Rússia, é Rádio Nacional de Espanha e National Public Radio. Rádio é Portugal, é Europa, é África, é América, é Oceania e até Antárctida.  Rádio é Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Faro. Rádio é Alfândega da Fé e São Brás de Alportel. Rádio é Tóquio, é Londres e Honolulu.

A rádio é alegria e liberdade. Rádio é guerra civil espanhola, II Guerra Mundial, Guerra do Vietname e Guerra do Iraque. Rádio é queda da ditadura fascista e instauração da democracia.É capitalismo e comunismo soviético. Rádio são desastres como Chernobyl ou o sismo e tsunami asiático de 2004 mas também festas como a queda do Muro de Berlim ou a morte de Saddam Hussein.

Rádio são pessoas como Marques Vidal ou Maria Teresa Quintas; rádio é Pedro Rolo Duarte, Luís Filipe Barros, António Sérgio, António Sala, sem desprimor por muitos outros profissionais que merecem o maior respeito pela sua carreira aos microfones da rádio.

Rádio é Onda Longa, Onda Média e Onda Curta; rádio é VHF-FM, DAB, DRM, satélite; rádio é computador, smartphone e tablet. Rádio, qualquer que seja o meio de escuta, é companhia nos bons e maus momentos.

De forma lacónica: rádio é passado, presente e futuro. A rádio mudou o mundo e o mundo mudou a rádio. E, do mundo da rádio, venho partilhando as mudanças há 10 anos, neste blog. Porque a rádio é o camaleão dos media: adaptou-se à vinda da televisão, adapta-se ao advento da Internet e, acredito, jamais morrerá enquanto houver quem tiver algo a dizer e existirem pessoas interessadas em escutar.

A todos os profissionais que trabalham incansavelmente dia após dia para que a rádio continue viva, sejam jornalistas, locutores, técnicos, engenheiros de comunicações e muitas outras actividades profissionais, cinjo-me a quatro palavras: muito obrigado por tudo!

sábado, fevereiro 08, 2014

Rádio Batalha encerra emissões

Mais uma rádio local que, infelizmente, não resiste aos tempos. A Rádio Batalha (104,8 MHz Batalha - distrito de Leiria) encerrou as suas emissões após 26 anos de actividade, no passado mês de Janeiro.

O sítio Internet do jornal "Região de Leiria" refere que a cooperativa gestora do operador radiofónico alegadamente não dispunha de quórum para permanecer em funções, visto que apenas 4 dos 7 membros faziam parte dos órgãos sociais da rádio. Perante o risco de assegurar a actividade da emissora em condições ilegais, os cooperantes deliberaram o encerramento da rádio local batalhense.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Rádio Renascença com novo emissor experimental na Serra de Stª Justa (Valongo):

A emissora católica portuguesa activou, esta semana, mais um emissor para a Rádio Renascença, desta vez na Serra de Santa Justa (concelho de Valongo), onde, aliás, a RFM já dispõe de uma frequência: 106,2 MHz.

O novo emissor da RR opera nos 104,5 MHz a título experimental (autorização temporária da ANACOM, como é usual nestes casos) e destina-se, naturalmente, a reforçar o sinal do primeiro canal do grupo r/com na cidade de Valongo e vale do Rio Sousa. Desconhecem-se, para já, mais pormenores a respeito da estrutura radiante.

Rádio Juventude (101,8 MHz Castelo Branco) na iminência de perder o alvará!

De acordo com a lista de deliberações da ERC referente à reunião do passado dia 2 de Janeiro, a entidade reguladora para a comunicação social terá  determinado a revogação do alvará da Rádio Juventude (Castelo Branco). Ainda que a deliberação não esteja ainda disponível, a descrição presente na página Internet supramencionada sugere que esta se baseia no facto, constatado pela ERC, de o operador albicastrense não assegurar emissões regulares há mais de dois meses, eventualmente a par de outras irregularidades detectadas. 

Desconhecendo em pormenor as motivações do Conselho Regulador, resta aguardar pela publicação online do relatório da deliberação.

sábado, dezembro 14, 2013

Antena 3 com nova frequência na ilha de S. Miguel (Açores): 94,2 MHz Povoação

A Antena 3 viu a sua cobertura ser reforçada recentemente nos Açores, mediante a entrada oficial em serviço de um novo emissor na vila da Povoação (S. Miguel), a operar nos 94,2 MHz. Não consegui até ao momento confirmar a potência efectiva do emissor, ainda que a Antena 1 (102,8) e a Antena 2 (97,2 MHz) devam estar a irradiar com 500 W.

Esta nova frequência vem, assim, juntar-se aos emissores principais da RTP no arquipélago (87,7 MHz Pico da Barrosa [S. Miguel] e 103,0 MHz Santa Bárbara [ilha da Terceira]), a par dos outros emissores, de menor potência e expressão geográfica: 104,2 Cascalho Negro [ilha de S. Miguel]; 102,7 MHz Espalamaca [ilha do Faial] e 99,1 MHz Pico Bartolomeu [ilha de S. Miguel]. Refira-se que este último (Pico Bartolomeu) situa-se precisamente no concelho da Povoação que, passa, por conseguinte, a ser servido por duas frequências - situação comum no arquipélago açoriano, mercê da orografia complexa da região.

domingo, dezembro 08, 2013

Rádio Campo Maior vendida ao director da Rádio Elvas e Rádio Nova Antena (Montemor-o-Novo)

A ERC confirmou recentemente, através da publicação da respectiva deliberação, que a Rádio Campo Maior mudou de mãos. A Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior, até agora detentora do alvará, cedeu-o à empresa "Palavras Originais, Unipessoal, Lda.", detida na totalidade por António José Ferreira Góis, nada mais, nada menos que o director e sócio gerente da Rádio Elvas e Rádio Nova Antena.

O documento supramencionado revela também que a entidade reguladora consentiu com a realização de uma parceria com a Rádio Elvas; na prática, as três rádios podem realizar emissões em cadeia (aliás, acrescente-se que já o fazem). Com estas aquisições, a Rádio Elvas pode desenvolver programas que são escutáveis em boa parte do Alto Alentejo: se a Rádio Elvas se ouve em condições razoáveis a boas em grande parte do distrito de Portalegre, a Rádio Campo Maior reforça a cobertura na vila homónima e arredores. Refira-se que a RCM é pressionada pela Rádio N (96,0 MHz Ponte de Sor) a Oeste e a Norte, inclusivamente na região de Portalegre. Por outro lado, escuta-se razoavelmente em Elvas e, apresentando-se com sinal medíocre, em Borba.

Já o operador local de Montemor-o-Novo, após a optimização do emissor que, aparentemente, terá sido realizada já há algum tempo, não só se escuta em boas condições no próprio concelho, como também serve, sem exagero, a região até perto de Setúbal. A Sul/ Leste, serve em condições medíocres a razoáveis (em alguns pontos com som estéreo e RDS) a região de Évora, fazendo-se ouvir também (embora não com qualidade) em Estremoz. O principal problema, a nível de interferências, reside na Rádio Pax (101,4 MHz Beja), que prejudica bastante a emissora montemorense a sul de Évora.

sábado, dezembro 07, 2013

A Rádio unida por um nome: Nelson Mandela

Se a rádio é,  na minha perspectiva, o meio de comunicação social por excelência, a verdade incontornável é que a sua magia manifesta-se não só nas grandes celebrações de alegria mundiais, como também se destaca nos momentos de dor e consternação globais.

Regulando o botão de sintonia do receptor durante o dia de hoje,  Note-se que as rádios de todo o mundo (literalmente) mencionam um nome: Nelson Mandela. Nas mais variadas línguas,  a morte de Nelson Mandela comove o mundo. Não será para menos: Madiba foi,  decerto,  um dos maiores vultos do século XX, que aceitou passar um terço da vida (mais exactamente, 27 anos) na prisão por defender de forma acérrima e intransigente as causas por que lutou a vida inteira. A sua motivação na defesa dos direitos humanos e na democracia inspira milhões de pessoas por todo o planeta. Num contexto global onde Mandela é recordado não apenas pelo povo sul - africano,  como também por figuras públicas dos mais variados quadrantes políticos, filosóficos, culturais e sociais, as principais rádios generalistas e de informação dispersas pelo globo jamais poderiam ignorar o movimento de solidariedade com a África do Sul e,  em especial, com a família e amigos mais próximos do primeiro presidente negro da história deste país. Numa rápida observação,  o falecimento de Mandela foi noticiado,  além das rádios portuguesas,  na BBC 5 britânica, Rádio Nacional de Espanha, France Inter, Cadena SER (Espanha),  Médi 1 (Marrocos),  entre,  seguramente,  muitas mais.

Quando o mundo se une no sofrimento e esmorece face ao desaparecimento de um autêntico líder moral planetário, a rádio revela as palavras de tristeza de outros líderes mundiais,  todavia,  não esquece a voz do cidadão comum. O mundo poderia viver sem a rádio? Obviamente que sim. Contudo, a cobertura mediática de grandes eventos mundiais que tocam nos sentimentos das pessoas nunca poderia ser igual.

quinta-feira, dezembro 05, 2013

Smooth FM chega finalmente aos 96,6 MHz Lisboa, enquanto a M80 ganha as frequências de Valongo, Sabugal e Manteigas:

Como seria de esperar, a MCR colocou em prática as últimas decisões a respeito da gestão das frequências das rádios detidas pelo operador. Deste modo, a Smooth FM passou hoje a emitir também nos 96,6 MHz Lisboa, melhorando consideravelmente as condições de escuta da estação de música smooth jazz/blues e soul na região da capital portuguesa (que, naturalmente, já era servida através do emissor do Barreiro (103,0 MHz). Entretanto, a M80 Rádio ganhou nos últimos dias as frequências de Valongo (105,8), Manteigas (104,4) e Sabugal (96,8 MHz), reforçando o sinal no Grande Porto, em especial na zona de Valongo, e servindo o distrito da Guarda mediante as duas frequências locais beirãs.

Como corolário destas alterações, adiante-se que o projecto "Star FM" terminou; o sítio oficial da rádio anuncia: «Informamos que a rádio Star fm foi descontinuada, quer através das suas emissões regulares em fm, quer através da Internet.». Recorde-se que a Star FM esteve no ar durante três anos (desde Novembro de 2010 até Dezembro de 2013).

Concluído o processo de reforço da cobertura radioeléctrica da M80 Rádio e da Smooth FM, as redes de emissores das rádios do grupo Média Capital passam a ter a seguinte configuração:

 Rádio Comercial - Rede nacional de emissores [24]

M80 Rádio - Rede regional sul (104,3 MHz Lisboa; 96,4 Montejunto;  107,5 Grândola; 107,1 Fóia (Serra de Monchique);  106,4 Mendro; 106,1 Faro; 106,7 MHz Portalegre)  [7 emissores]+  rádios locais associadas: 90,0 MHz Porto, 105,8 MHz Valongo; 103,8 MHz Fafe (distrito de Braga); 94,4 MHz Aveiro; 95,6 MHz Penalva do Castelo (com emissor em Viseu), 98,4 MHz Coimbra, 93,0 MHz Leiria, 89,2 / 90,0 Bragança, 93,1 MHz Mogadouro (distrito de Bragança), 97,4 MHz Vila Real, 96,8 MHz Sabugal e 104,4 MHz Manteigas [13 emissores]

- Smooth FM 96,6 MHz Lisboa; 103,0 MHz Barreiro; 92,8 MHz Figueiró dos Vinhos; 89,5 Matosinhos; 97,7 MHz Santarém [5 emissores]

- Vodafone FM - 107,2 MHz Amadora; 101,1 Moita; 94,3 Maia; 103,0 MHz Cantanhede (distrito de Coimbra) [4 emissores]

sexta-feira, novembro 08, 2013

Vodafone FM - 101,1 MHz Moita

Como seria de esperar, a Vodafone FM já emite nos 101,1 MHz Moita, substituindo a Best Rock FM. Mercê das últimas aquisições (frequências locais de Cantanhede e da Moita), a estação de pop/rock alternativo patrocinada pela operadora de telecomunicações passa a cobrir em boas condições de escuta os centros urbanos da Grande Lisboa, Grande Porto e Coimbra.

sábado, novembro 02, 2013

Vodafone FM já emite nos 103,0 MHz Cantanhede

(Re)começam as trocas e baldrocas nas frequências da MCR. Como foi anunciado no artigo anterior, abrindo mais um capítulo da novela em que, infelizmente, a gestão das frequências das rádios por parte da MCR se converteu, a Smooth FM já opera nos 97,7 MHz Santarém.

Volvidos quatro dias, confirma-se o fim de mais uma frequência da Star FM. Desta vez, a rádio dos clássicos dos anos 60 aos anos 80 perde o emissor de Cantanhede (103,0 MHz) para a Vodafone FM. Esta alteração permite à estação apoiada pela operadora de telecomunicações chegar a Coimbra. Conforme relatei no blogue no passado dia 30 de Outubro, a estação de música pop/rock alternativa estará prestes a reforçar a cobertura na Grande Lisboa, através dos 101,1 MHz Moita, actualmente a transmitir a Best Rock FM.

terça-feira, outubro 29, 2013

Média Capital Rádios: M80 em Valongo, Smooth FM em Santarém e Vodafone FM na Moita e em Cantanhede

As recentes deliberações publicadas no sítio Internet da ERC auguram um conjunto de mudanças significativas na oferta de rádios da MCR: A segunda rádio mais importante para o operador, a M80 Rádio, passará a ser transmitida nos 105,8 MHz Valongo, substituindo a Star FM.

Entretanto, esta última (Star FM) perderá também os 103,0 Cantanhede e os 97,7 MHz Santarém, frequências que serão ocupadas pela Vodafone FM e pela Smooth FM, respectivamente. A Best Rock FM também perderá a sua única frequência actual (101,1 MHz Moita) para a Vodafone FM.

Com estas alterações, às quais se soma a já anunciada neste blogue mudança da Smooth FM para os 96,6 MHz Lisboa, a Star FM perderá grande parte das suas frequências, se não desaparecer do mercado português; a Best Rock FM está claramente condenada à extinção. Já a Vodafone FM reforça a sua cobertura não apenas na Grande Lisboa como também na região centro (Coimbra). Outra beneficiada será seguramente a Smooth FM, que não só melhora significativamente a cobertura em Lisboa, como também ganha a capital ribatejana. Consequentemente, as redes de emissores das rádios da MCR passarão a ser constituídas pelas seguintes frequências:

- Rádio Comercial - Rede nacional de emissores

- M80 Rádio - Rede regional sul (104,3 MHz Lisboa; 96,4 Montejunto;  107,5 Grândola; 107,1 Fóia (Serra de Monchique);  106,4 Mendro; 106,1 Faro; 106,7 MHz Portalegre) +  rádios locais associadas: 105,8 MHz Valongo; 103,8 MHz Fafe (distrito de Braga); 94,4 MHz Aveiro; 95,6 MHz Penalva do Castelo (com emissor em Viseu), 98,4 MHz Coimbra, 93,0 MHz Leiria, 89,2 / 90,0 Bragança, 93,1 MHz Mogadouro (distrito de Bragança), 97,4 MHz Vila Real

- Smooth FM - 96,6 MHz Lisboa; 92,8 MHz Figueiró dos Vinhos; 89,5 Matosinhos; 97,7 MHz Santarém

- Vodafone FM - 107,2 MHz Amadora; 101,1 Moita; 94,3 Maia; 103,0 MHz Cantanhede (distrito de Coimbra)

Frequências por apurar : 90,0 MHz Porto; 103,0 MHz Barreiro (porventura estas duas para a Star FM ou eventualmente para um projecto a ser lançado pela MCR); 96,8 MHz Sabugal; 104,4 MHz Manteigas (as duas últimas no distrito da Guarda).

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Actualização às 23h34: A Smooth FM já emite nos 97,7 MHz Santarém, segundo o João S. no grupo Yahoo! do "Mundo da Rádio". Refira-se que a M80 Rádio mudou de tipologia, de rádio generalista para temática musical, passando a maioria das frequências, à excepção de Valongo, Penalva do Castelo, Bragança e Mogadouro (RBA Rádio) a transmitir 24 horas por dia a emissão nacional da rádio. A avaliar pelas declarações do colaborador Ricardo Ramalho no grupo Yahoo!, parece que as frequências de Manteigas e Sabugal estão também em vias de migrar para a M80.

Actualização (30/10): Por lapso, não incluí a frequência 97,4 MHz Vila Real na lista de emissores da M80. Obrigado, Ricardo, pelo alerta.

Actualização 3/11/2013: Correcção do título do artigo (com efeito, os 103,0 Cantanhede (já) emitem a Vodafone FM. Obrigado,  "TMG"  não apenas pela rectificação mas,  sobretudo pela informação que a Smooth FM manter-se-á na frequência do Barreiro (103,0) e a M80 continuará a servir a cidade invicta nos 90,0 MHz. Face a este cenário, a rádio de jazz, blues e soul cobrirá a Grande Lisboa em duas frequências: 96,6 e 103,0 MHz. Já a M80, estará em condições de ser escutada de forma excelente no Grande Porto, através dos 90,0 e dos 105,8 MHz.

sábado, outubro 12, 2013

RTP: novo contrato de concessão, taxa de audiovisual e o futuro do serviço público de rádio e televisão

Lamentável. É o mínimo que se pode afirmar da completa indefinição que o governo português tem feito nos últimos anos relativamente à RTP. Depois de uma privatização que, felizmente, foi  travada, e da saída de  Miguel Relvas, o novo Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional decidiu - e bem, a meu ver - criar um novo contrato de concessão do serviço público de rádio e televisão.

Defendendo a independência do SPRT (serviço público de rádio e televisão) face ao governo em exercício de funções, considero que a ideia geral de criar uma entidade independente de gestão do SPRT é uma excelente iniciativa. O pluralismo e isenção do SPRT exige que o Estado se limite a intervir na RTP no sentido de cumprir e fazer cumprir as obrigações de serviço público, não transformando o operador de rádio e televisão num instrumento de manipulação política, resultante da interferência directa ou indirecta de responsáveis políticos na gestão dos conteúdos emitidos pelos vários canais do grupo RTP. Entendo que a nova entidade deve ser constituída por um grupo de cidadãos sem participação activa na política nacional.

Outro aspecto a salientar da proposta do novo contrato de concessão é o aumento da taxa audiovisual. Pessoalmente, sou favorável a um aumento honesto da taxa paga na factura de electricidade, se esta decisão implicar o fim de artifícios contabilísticos como as indemnizações compensatórias. Mais vale financiar o SPRT pagando directamente mais umas escassas dezenas de cêntimos de euro por mês (e que não abrange os contribuintes com menores recursos financeiros) do que manter uma situação em que o operador público é subfinanciado de forma crónica através de tal meio e tem de recorrer insistentemente a "truques" para fazer face às disparidades nas contas.

Já muito menos compreensível que as duas propostas anteriores - e que pode criar uma autêntica "guerra" entre a RTP e as rádios privadas - é a possibilidade, noticiada pelo jornal "Público",  das rádios do Estado começarem a ter publicidade. Numa altura em que as rádios privadas (sobre)vivem com dificuldades económicas evidentes, mercê da queda de publicidade - onde até a Renascença pretende cortar os salários acima de 1400 euros - a simples possibilidade das estações públicas passarem a ter publicidade comercial coloca em causa o funcionamento dos operadores radiofónicos privados, que não têm outras fontes de financiamento que não a venda de tempo de antena comercial. No curto e no médio prazo, não se vislumbra a viabilidade de tal cenário. O serviço público não deve ser um factor evidente de distorção do mercado aos media, ao concorrer com os restantes operadores na obtenção de lucro comercial através da publicidade, devendo discriminá-los positivamente. Pelas mesmas razões, a possibilidade de introdução de novos canais de televisão da RTP na Televisão Digital Terrestre não deve constituir um pretexto para alargar o mercado publicitário aos novos canais.

Após um longo período de instabilidade no seio da RTP, espero que o ministro Poiares Maduro consiga arrumar a casa, criando as condições necessárias ao funcionamento de um serviço público de rádio e televisão de qualidade mas eficiente.


quinta-feira, setembro 12, 2013

95 FM Oeiras cria rede com a Kiss FM (95,8 + 101,2 MHz Albufeira)

A Kiss FM vai passar a ser ouvida a Lisboa, agora através dos 95,0 MHz Oeiras. A acreditar numa deliberação recente da ERC, a Kiss FM (Albufeira) pretende estabelecer uma cadeia com a estação local de Oeiras, apostando num projecto radiofónico temático musical onde impera a dance music, urban music e hip-hop.

Com estas mudanças, pode-se dizer que a Kiss FM regressa à capital portuguesa. Com efeito, recorde-se, a designação "Kiss FM Lisboa" foi utiizada por uns tempos nos 93,7 MHz Amadora. E por falar nesta última frequência, parece (ainda não saiu a deliberação que justifica tal decisão) que a ERC revogou o alvará da estação amadorense.

Alfândega FM (88,2 MHz Alfândega da Fé): alvará não renovado

Depois da Mirandum FM, a Alfândega FM (88,2 MHz Alfândega da Fé) é a segunda estação a perder o alvará nos últimos tempos, derivado do não cumprimento de requisitos indispensáveis ao prosseguimento do processo. Curiosamente (ou não), a entidade reguladora invoca uma situação semelhante à do operador mirandês: faltando uma assinatura de um dos membros da gerência e não tendo conseguido notificar a rádio alfandeguense, a ERC não poderia ir de encontro às pretensões da Alfândega FM, pelo que deliberou a não renovação da licença da rádio transmontana.

De assinalar um importante erro no documento escrito pelo Conselho Regulador da ERC: a deliberação sugere que a Alfândega FM emite nos 106,0 MHz quando efectivamente opera nos 88,2 MHz.